Detetive de tabloide envolvido em escutas diz que cumpria ordens
O detetive particular Glenn Mulcaire, acusado de envolvimento no escândalo das escutas telefônicas do tabloide britânico "News of the World", afirmou nesta sexta-feira que era um "empregado" e que atuava "sob ordens de outros".
A declaração chega após a Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) dizer que encontrou evidências de que Sara Payne, cuja filha de oito anos de idade, Sarah, foi sequestrada e morta em julho de 2000, foi grampeada por Mulcaire, detetive do veículo, segundo publicado pelo "Guardian".
Em um novo giro no escândalo das escutas, The Phoenix Chief Advocates, a organização fundada por Payne, confirmou na quinta-feira que a polícia advertiu à vítima que suas informações estavam na base de dados do detetive.
O advogado de Mulcaire afirmou hoje em comunicado que seu cliente já expressou "arrependimento" e pediu "desculpas" àqueles que foram afetados por suas atividades.
O comunicado nega, a despeito da versão dos proprietários do "News of the World", que o detetive atuou de maneira "unilateral" e por iniciativa própria.
Na semana passada, o magnata da comunicação e dono do tabloide extinto, Rupert Murdoch, anunciou que ia deixar de pagar as despesas legais da defesa de Mulcaire, custeadas pela publicação durante anos.
O veículo foi fechado em 10 de julho, depois que dez de seus jornalistas foram detidos por envolvimento no caso das escutas ilegais.
A notícia de que Sara Payne também pode ter sido vítima das escutas ilegais do tabloide dominical surpreendeu o Reino Unido, já que o jornal a apoiou no lançamento de uma campanha para mudar a lei britânica de proteção infantil.
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