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Desvalorização coloca em xeque a competitividade da produção local, que em quase sua totalidade é destinada à exportação
Queda do dólar afeta Mato Grosso
A nova queda do dólar – que na terça-feira despencou para R$ 1,53, a menor cotação desde 1999 – vai afetar drasticamente as exportações mato-grossenses. Apenas o setor importador será beneficiado com a desvalorização da moeda norte-americana, que pode chegar a R$ 1,50 nas próximas semanas, segundo análises do mercado.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), Jandir Milan, diz que o câmbio ao nível atual desestimula os exportadores, que perdem competitividade com preços dos produtos mais baratos ao converter a moeda para o real. Ele diz que a situação atual poderá inviabilizar as exportações. “Já vínhamos de perdas, agora estamos trabalhando no limite. Se o dólar cair mais, os exportadores não terão condições de sustentar os contratos já firmados e isso pode ter outras conseqüências”, afirma Milan. O setor industrial responde por cerca de 40% das exportações totais do Estado, representados por produtos manufaturados como óleo de soja, carnes, açúcar, couro, indústria madeireira e outros.
Segundo o economista e consultor Carlos Vitor Timo Ribeiro, a nova queda do dólar vai aumentar as perdas cambiais do Estado, que ocorrem quando se exporta em dólar. “Como o exportador não usa dólar no Brasil, ele tem de converter em reais. E, quanto menos valorizado o dólar, maior a perda”, explica. Na última análise realizada pelo economista, as perdas cambiais acumulavam R$ 800 milhões no primeiro trimestre. Ele estima que as perdas até à segunda quinzena de julho já ultrapassam a R$ 1 bilhão, cifras que deixaram de entrar no Estado e circular na economia local.
O impacto negativo do dólar não está apenas na queda das exportações e no faturamento das empresas atingidas. “Os problemas do câmbio desfavorável já entraram na pauta permanente do setor, cujas companhias precisam constantemente rever seus indicadores e gestão, para manterem-se competitivas, produzindo cada vez mais, garantindo os empregos de todos os colaboradores e a sustentabilidade do negócio. E tudo isso seguindo as regras cada vez mais exigentes do mercado”, enfatiza o gestor Paulo Henrique Caldeiras.
Para o economista Benedito Dias Pereira, doutor em Economia Agrícola e professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), quando ocorre uma queda no câmbio, “temos duas conseqüências imediatas: o desestímulo às exportações e o incentivo às importações”. Como a economia de Mato Grosso é primária, a medida acaba prejudicando os bens e produtos exportados. “Quando a exportação é convertida em dólar, temos uma quantidade menor de recursos em reais. Isso gera menor receita para o exportador. O lado bom é para quem importa e para quem tem dívida dolarizada. Mas, no caso de Mato Grosso, a medida acaba sendo mais maléfica do que benéfica, uma vez que as nossas exportações são mais significativas e impactam de uma forma mais drástica o resultado da balança comercial”.
Na opinião do economista Manuel Martha, dólar desvalorizado não é bom para o agronegócio, mas uma “oportunidade” àqueles que precisam comprar equipamentos novos, importar insumos, renovar o parque industrial. “O câmbio realmente está muito baixo, mas ainda é sustentável, dá para conviver”, diz, lembrando que os preços das commodities estão bons e isso, de certa forma, compensa o peso do câmbio. “Acho que é hora de comprar insumos e equipamentos, pois acredito que isso pode compensar a perda atual no futuro”.
VAREJO - Para o comércio, a queda do dólar é bem-vinda. “A desvalorização, felizmente, influencia de forma positiva os negócios do comércio de tecidos e confecções, que mais importam do que exportam”, avalia o vice-presidente da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio), Roberto Peron. Os importados respondem por 20% dos produtos têxteis vendidos no comércio local. Perón diz que a medida estimula as importações e incentiva a queda dos preços para o consumidor.
MEDIDAS – Depois de dois dias com o dólar ladeira abaixo, o governo federal anunciou medidas de contenção que surtiram efeito no mercado. Ontem, após acumular queda 2,3% desde quinta-feira retrasada, subiu 1,3%, ao fechar em R$ 1,55.
O governo federal publicou ontem medida provisória que permite a taxação em até 25% de operações de derivativos feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país. A cobrança do Imposto sobre Operações de Crédito se dará sobre o valor da operação. A MP, também autorizou a imposição de depósitos sobre os valores dos contratos. As medidas têm como alvo as operações com derivativos cambiais, que têm grande influência na formação de preços da moeda norte-americana no mercado à vista.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt), Jandir Milan, diz que o câmbio ao nível atual desestimula os exportadores, que perdem competitividade com preços dos produtos mais baratos ao converter a moeda para o real. Ele diz que a situação atual poderá inviabilizar as exportações. “Já vínhamos de perdas, agora estamos trabalhando no limite. Se o dólar cair mais, os exportadores não terão condições de sustentar os contratos já firmados e isso pode ter outras conseqüências”, afirma Milan. O setor industrial responde por cerca de 40% das exportações totais do Estado, representados por produtos manufaturados como óleo de soja, carnes, açúcar, couro, indústria madeireira e outros.
Segundo o economista e consultor Carlos Vitor Timo Ribeiro, a nova queda do dólar vai aumentar as perdas cambiais do Estado, que ocorrem quando se exporta em dólar. “Como o exportador não usa dólar no Brasil, ele tem de converter em reais. E, quanto menos valorizado o dólar, maior a perda”, explica. Na última análise realizada pelo economista, as perdas cambiais acumulavam R$ 800 milhões no primeiro trimestre. Ele estima que as perdas até à segunda quinzena de julho já ultrapassam a R$ 1 bilhão, cifras que deixaram de entrar no Estado e circular na economia local.
O impacto negativo do dólar não está apenas na queda das exportações e no faturamento das empresas atingidas. “Os problemas do câmbio desfavorável já entraram na pauta permanente do setor, cujas companhias precisam constantemente rever seus indicadores e gestão, para manterem-se competitivas, produzindo cada vez mais, garantindo os empregos de todos os colaboradores e a sustentabilidade do negócio. E tudo isso seguindo as regras cada vez mais exigentes do mercado”, enfatiza o gestor Paulo Henrique Caldeiras.
Para o economista Benedito Dias Pereira, doutor em Economia Agrícola e professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), quando ocorre uma queda no câmbio, “temos duas conseqüências imediatas: o desestímulo às exportações e o incentivo às importações”. Como a economia de Mato Grosso é primária, a medida acaba prejudicando os bens e produtos exportados. “Quando a exportação é convertida em dólar, temos uma quantidade menor de recursos em reais. Isso gera menor receita para o exportador. O lado bom é para quem importa e para quem tem dívida dolarizada. Mas, no caso de Mato Grosso, a medida acaba sendo mais maléfica do que benéfica, uma vez que as nossas exportações são mais significativas e impactam de uma forma mais drástica o resultado da balança comercial”.
Na opinião do economista Manuel Martha, dólar desvalorizado não é bom para o agronegócio, mas uma “oportunidade” àqueles que precisam comprar equipamentos novos, importar insumos, renovar o parque industrial. “O câmbio realmente está muito baixo, mas ainda é sustentável, dá para conviver”, diz, lembrando que os preços das commodities estão bons e isso, de certa forma, compensa o peso do câmbio. “Acho que é hora de comprar insumos e equipamentos, pois acredito que isso pode compensar a perda atual no futuro”.
VAREJO - Para o comércio, a queda do dólar é bem-vinda. “A desvalorização, felizmente, influencia de forma positiva os negócios do comércio de tecidos e confecções, que mais importam do que exportam”, avalia o vice-presidente da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio), Roberto Peron. Os importados respondem por 20% dos produtos têxteis vendidos no comércio local. Perón diz que a medida estimula as importações e incentiva a queda dos preços para o consumidor.
MEDIDAS – Depois de dois dias com o dólar ladeira abaixo, o governo federal anunciou medidas de contenção que surtiram efeito no mercado. Ontem, após acumular queda 2,3% desde quinta-feira retrasada, subiu 1,3%, ao fechar em R$ 1,55.
O governo federal publicou ontem medida provisória que permite a taxação em até 25% de operações de derivativos feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país. A cobrança do Imposto sobre Operações de Crédito se dará sobre o valor da operação. A MP, também autorizou a imposição de depósitos sobre os valores dos contratos. As medidas têm como alvo as operações com derivativos cambiais, que têm grande influência na formação de preços da moeda norte-americana no mercado à vista.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/82239/visualizar/
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