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Quinta - 28 de Julho de 2011 às 09:48
Por: Gláucio Nogueira

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As recentes intervenções nas vias de Cuiabá realizadas pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) revelam uma triste realidade, o Poder Público só age após a constatação de problemas. Com isso, são criadas situações em que, num espaço de cerca de 300 metros, 3 semáforos estão em funcionamento. Sem sincronização dos equipamentos, que garante a fluidez, a avenida Fernando Corrêa da Costa, onde a sinalização está instalada, vai produzir ainda mais congestionamentos.

A situação é reconhecida pelo próprio titular da pasta, Edivá Alves, que entende serem as medidas apenas de caráter paliativo. "Me sinto péssimo por isto". Para ele, são muitos os problemas históricos do trânsito de Cuiabá, como avenidas que desembocam em ruas e a falta de espaços destinados para a mobilidade. "O índice aceitável para garantir a plena mobilidade é de 45%. Cuiabá possui, no máximo 25%". Como comparativo, o secretário cita a cidade de Campo Grande (MS) que possui malha viária melhor que a da capital de Mato Grosso.

O especialista em transporte e logística, Eldemir Oliveira, defende o planejamento como forma de minimizar o caótico trânsito da Capital. "Falta fiscalização, sobra impunidade e, com tantos acidentes, o Poder Público acaba tentado apelar para soluções menos inteligentes, como os quebra-molas". Contudo, o especialista reconhece as lombadas como barreiras necessárias para motoristas imprudentes.

Mais importante do que tais obras, na opinião do especialista, seria uma mudança na forma como o tráfego dos mais de 300 mil veículos que compõem a frota da Capital é gerido. "Não existe uma correta distribuição da cidade. Então, o que vemos é que não se trabalha com uma nova hierarquia viária, o que reduziria o número de conflitos". Neste ponto, o secretário concorda. "É necessário que os gestores tenham a coragem de desapropriar imóveis e abrir a cidade com grandes avenidas para diminuirmos o déficit registrado há pelo menos 25 anos".

Como exemplo, Oliveira cita o caso da avenida Historiador Rubens de Mendonça, próximo ao Shopping Pantanal. Em frente ao empreendimento, circulam diariamente 90 mil veículos o que torna o trecho um dos mais movimentados da cidade. Mesmo com toda a expansão imobiliária na região, pouco ou nada foi feito para adequar as vias aos veículos que também circularão por lá. Somente um dos novos condomínios promete entregar 5 torres com 1.500 apartamentos no total.

Além do planejamento, mudanças técnicas simples, mas de grande efetividade, como a regulamentação do estacionamento em apenas um dos lados da via, caso das ruas Presidente Marques e Marechal Deodoro, devem ser intensificadas na opinião de Oliveira. Outra questão que poderia ser observada é a criação de binários, em que avenidas de mão dupla que sejam paralelas passam a contar com apenas 1 fluxo. "Nas avenidas Dante de Oliveira e Jurumirim, em que hoje o trânsito é caótico, a medida seria acertada. Enquanto uma seguiria em uma direção, a outra iria no rumo contrário, diminuindo conflitos como a dificuldade dos motoristas em cruzar as vias".





Fonte: Do GD

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