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Saúde
Terça - 01 de Outubro de 2013 às 08:44
Por: YURI RAMIRES

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A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Mato Grosso, Dalva Neves, disse que os governos municipais e estadual estão inertes diante dos problemas da saúde pública. Ela, que sairá do cargo hoje, apresentou um balanço das ações da entidade e avaliou que em cinco anos, o CRM fez 1.071 fiscalizações em unidades de saúde no Estado, encontrou muitas irregularidades, mas poucas foram sanadas. 



Só no mês de setembro, cinco municípios foram fiscalizados e nenhuma melhoria foi evidenciada. “Não temos nada de bom na saúde para mostrar”, afirmou Dalva. 



De acordo com a presidente, os resultados das fiscalizações foram encaminhados ao Ministério Público e aos gestores, mas nada vem sendo feito. “Estamos apontando as falhas, mas o conselho não tem o poder de mudar isso”. 



Episódios envolvendo a má administração da saúde foram lembrados, como o teto do pronto-socorro de Cuiabá que desabou e as toneladas de remédios vencidos que foram jogadas fora. 



“Episódios lamentáveis foram só uma prova do descaso com a saúde. Sindicâncias foram abertas para apontar os culpados e até agora, ninguém foi punido. Aliás, quem tomou a punição foi a população, que está sem medicamento e atendimento de qualidade”, completou. 



O Pronto-Socorro de Várzea Grande foi apontado como a pior estrutura de atendimento no Estado. Dalva comenta que na unidade nunca é possível visualizar melhoras, principalmente pela falta de planejamento da saúde pública.



Já no pronto-socorro de Cuiabá, a presidente lembra que o local, apesar de viver um caos, ainda é a única unidade de saúde que o paciente irá encontrar médicos, diferente das policlínicas. 



Mesmo assim, segundo a médica, o local não comporta a demanda de pessoas que procuram a unidade e esperam que o prefeito Mauro Mendes cumpra a promessa de campanha e construa um novo hospital para Cuiabá. 



A falta de médicos, segundo a profissional, não faz diferença quando se apresenta uma estrutura caótica, tal como a falta de leitos de UTI, a falta de medicamento e investimentos. 



“A realidade pode ter piorado”, afirma a presidente, alegando a falta de compromisso dos gestores e as promessas pelas melhorias que nunca saem do papel. “Tudo é na base da licitação. Fazem a licitação, mas nada é concretizado”, finaliza. 



Dalva deixa a cadeira da presidência para o médico Gabriel Felsky, que afirmou o compromisso com a fiscalização e na luta pela qualidade da saúde publica, bem como o exercício da medicina em Mato Grosso. 



SAÚDE NA COPA – O conselho cobra também um plano de saúde para a Copa do Mundo em Cuiabá. De acordo com a presidente, é preciso ter no mínimo uma estrutura adequada para receber um evento de massa. 



Ela acrescenta que a Secopa poderá utilizar um hospital privado para esse serviço, mas não é o que a sociedade quer. “Assim como as obras na cidade visam um futuro melhor na mobilidade urbana, queremos uma herança para a saúde, que em vez de melhorar só piora”, completou. 



OUTRO LADO – A Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que só poderá responder questões ligadas ao balanço após o estudo do mesmo. As prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande também foram procuradas, mas não houve uma resposta até o fechamento desta reportagem. 





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