Polícia detona explosivos em fazenda de atirador da Noruega

A polícia detonou de maneira controlada explosivos encontrados em uma fazenda alugada por Anders Behring Breivik, que confessou ser o autor do massacre que matou 76 na Noruega, na sexta-feira passada (22).

Os detetives acreditam que Breivik, 32, fez a bomba que detonou no centro de Oslo utilizando fertilizante comprado sob disfarce de fazendeiro. A bomba matou oito pessoas. Outras 68 morreram a tiros na ilha de Utoeya, onde o Partido Trabalhista realizava um acampamento de jovens.

A polícia não revelou a quantidade de explosivos encontrada na fazenda em Rena, a cerca de 160 km do norte de Oslo.

Breivik compareceu diante do tribunal na segunda-feira (25), mas não quis se declarar culpado. Ele explicou ao juiz Kim Heger que não se considera culpado pois precisava ter cometido estes atos para proteger o país. Ele afirmou que trabalhava em conjunto com "duas outras células".

Breivik foi indiciado por atos de terrorismo. O juiz afirmou que sua confissão e outras evidências encontradas pela polícia permitem o indiciamento.

O juiz determinou ainda que Breivik fique detido por oito semanas, metade das quais deve ficar em solitária e isolamento --sem cartas, telefonemas ou contato com sua família ou a mídia.

Normalmente, o acusado é levado à corte a cada quatro semanas enquanto os promotores preparam o caso, para que o juiz possa aprovar sua contínua detenção. Em casos de crimes sérios ou quando o réu é confesso, é comum este período ser ampliado.

Segundo o promotor que participa do caso, Breivik sabe que passará o resto da vida atrás das grades.

O norueguês de 32 anos disse ainda ao juiz que quis induzir a maior perda possível ao governista Partido Trabalhista, para que não consiga mais recrutar novos filiados.

Ele acredita que o partido falhou com o povo ao não protegê-lo de uma "tomada muçulmana" e o preço desta traição foram os ataques de sexta-feira.