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Cidades/Geral
Quarta - 27 de Julho de 2011 às 09:42
Por: Gláucio Nogueira

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O socorro a um idoso atropelado ao meio-dia desta terça-feira (26) no centro da Capital atraiu grande número de curiosos. Mesmo após a chegada dos paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a população permanecia no local, fechando duas faixas da avenida Tenente Coronel Duarte. Além de prejudicarem o trânsito, atrapalhavam também o atendimento dos socorristas.

Para a psicóloga Cleusi Salete Tondo, a curiosidade é o principal instinto do ser humano. A prática não chega a ser considerada mórbida, mas, em geral, as pessoas se sentem bem em "participar" deste tipo de ação. "Uma pessoa parada motiva a outra a ver e isso gera um novo senso comum", explica.

Porém, casos em que, celular em mãos, imagens são feitas, já mostram o aprofundamento do problema. "São pessoas geralmente negativas, que vivem o sofrimento e buscam, em fatos que nem lhes dizem respeito, justificar sua condição".

Do ponto de vista prático, os curiosos, além de colocar em risco sua vida, atrapalham e muito o trabalho de profissionais da Polícia Civil, Politec, do Samu e de agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU).

Coordenador de fiscalização da pasta, Rogério Evangelista Taques explica que é função dos amarelinhos garantir, nestes casos, a segurança da população e a fluidez do trânsito. Muitas vezes, por conta das aglomerações, este trabalho fica prejudicado. "O curioso fica com seu foco no acidente e não na via e cabe ao agente garantir que não haja outro acidente".

Em alguns casos, como o do atropelamento citado no início da matéria, apenas para manter em segurança a população, outra faixa foi interditada.

Além do risco, a atuação dos curiosos pode resultar na morte das pessoas acidentadas. É o que aponta o diretor geral do Samu em Cuiabá, Daoud Abdallah. "No afã de ajudar, acabam por sufocar os acidentados e, quando removem sem os procedimentos adequados, podem criar ou agravar novas lesões, algumas irreversíveis".

A permanência no local após o início do atendimento dos paramédicos é outro fator que pode aumentar o número de acidentes. "Na saída da viatura, um novo atropelamento pode ocorrer, uma vez que estão todos tensos".

No trabalho policial, a permanência da população nas cenas de crime contamina o local e, se não arruina, causa grande transtorno ao trabalho de apuração dos fatos. "Já tivemos casos de crimes ocorridos de madrugada em que os pais levavam as crianças, ainda em formação, para ver os corpos, o que é um verdadeiro absurdo", aponta a delegada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Anaíde de Barros.

"Já tivemos casos em que somem projéteis, armas e pegadas que ajudariam a elucidar o caso não são respeitadas", completa a perita Rosana Borges Monteiro.

Para evitar este tipo de problema, a Polícia Militar, geralmente a primeira a chegar nos locais, já possui orientação sobre formas de preservação das cenas de crimes.





Fonte: Do GD

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