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Nacional
Terça - 26 de Julho de 2011 às 10:48

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que há uma "marcha da insensatez" nos Estados Unidos, onde há um impasse sobre o aumento do teto da dívida pública do país.

Caso não haja consenso entre democratas e republicanos, na Casa Branca e no Congresso, para subir o limite máximo de endividamento, os investidores correm o risco de levar um calote do governo americano, cujas consequências para o Brasil Mantega disse não gostar "nem de pensar".

"É uma grande insensatez, uma marcha da insensatez. É um problema que pode e deve ser equacionado", disse Mantega em um evento em São Paulo.

No próximo dia 2 de agosto, os Estados Unidos devem ultrapassar o chamado ""teto de sua dívida"", que é de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões).

O governo americano alertou que um eventual fracasso nas negociações para elevar o teto do endividamento poderia provocar o descumprimento de compromissos financeiros.

Para Mantega, "a crise para os países avançados não se resolveu. Deixou de ser financeira, para ser crise soberana, dos governos. Caiu no colo dos governos europeus".

O ministro disse ainda que, apesar de "preparado", o Brasil não estaria livre das consequências de um eventual calote.

"Eu nem gosto de pensar. Seria uma insensatez enorme. O Brasil é um dos países mais bem preparados para enfrentar as consequências da crise", disse.

Segundo Mantega "provavelmente haveria fuga (de capitais) para os EUA, curiosamente é isso que acontece" - ou seja, numa eventual quebra de confiança no mercado financeiro global, os investidores recorreriam aos títulos mais seguros, que ainda estão nos Estados Unidos. Ele também alertou para o aumento da "aversão ao risco no mundo todo e uma diminuição de crédito.

"Mas eu não acredito que isso vá acontecer. Vai prevalecer o consenso", disse.

CÂMBIO

O ministro voltou a reconhecer que "o câmbio é uma questão que vem preocupando". Ele disse que o governo poderá "tomar novas medidas para impedir a valorização" do real, sem detalhar quais serão.

No evento em São Paulo, o setor produtivo voltou a cobrar do governo a diminuição de impostos e o ganho na competitividade. Um dos grandes temores do empresariado é um processo de desindustrialização, já que o real valorizado prejudica as exportações e aumenta as importações.

Mantega indicou, no entanto, que o país deve compensar a falta de competitividade nas exportações com maior controle no acesso ao mercado nacional por parte de vendedores de outros países.

"Estamos criando novas medidas. A Receita Federal criou um departamento de inteligência. Vamos dificultar importações com sinais de fraude. E (implementar) medidas duras neste sentido", disse.

BOLHA

Mantega disse que concorda com a presidente Dilma Rousseff no que foi chamado de "pouso suave da inflação".

Ele disse que não se controla a inflação "com câmbio", e sim com política fiscal (como cortes de gastos), e que a inflação de 2011 deve fechar abaixo dos 6,5%, ou seja, dentro do intervalo de dois pontos percentuais de tolerância em relação do centro da meta de 4,5%.

O ministro também combateu as críticas da imprensa estrangeira de que o país viveria uma "bolha", por causa de um superaquecimento da economia.

"O problema não é superaquecimento do Brasil, mas o subaquecimetno das economias desenvolvidas", disse.






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