A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas Gerais informou nesta segunda-feira que exonerou do cargo a funcionária Márcia Ermelinda Fortes, ex-diretora de atendimento da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Márcia seria a mulher que intermediou os contatos telefônicos entre o goleiro Bruno e a noiva dele, a dentista carioca Ingrid Calheiros, segundo o que a própria Ingrid afirmou em uma das gravações.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça flagraram o casal conversando por mais de 12 minutos no dia 12 de dezembro do ano passado. Nas gravações, Ingrid diz que mantinha contato frequente com a ex-diretora de atendimento: "Tudo que a acontece lá no presídio ela me liga", disse em uma das conversas. O afastamento ocorreu no dia 21 de abril deste ano, mas, segundo a Seds, a ex-diretora foi exonerada por incompatibilidade de cargo - o órgão não confirmou se as ligações foram o motivo da incompatibilidade.
A Seds confirmou também o afastamento do ex-diretor do presídio Cosme Dorivaldo Santos, alegando ser uma questão de rotina interna da pasta. Atualmente ele ocupa um um cargo administrativo no Centro de Remanejamento de Presos de Contagem. Cosme foi flagrado conversando com Ingrid em outra ligação interceptada pela Justiça. No dia, ela solicitou que o então diretor impedisse a entrada na penitenciária do advogado Ângelo Carbone Sobrinho, que chegou a defender Bruno durante um período.
Na última sexta-feira, o Terra revelou que o serviço de inteligência do Ministério Público, com autorização da Justiça, grampeou o telefone de Ingrid. Em uma das gravações, antes de falar com o noivo, ela conversou com duas pessoas, um homem e uma mulher. Foram eles quem transferiram a ligação para uma sala de onde Bruno foi autorizado a falar.
Em nota, a Seds informou que os detentos do sistema prisional têm direito a ligações sociais mediante autorização e justificativa, concedida por motivo relevante. Porém, com a transcrição das ligações autorizadas, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) decidiu "abrir um procedimento interno para apurar se houve facilitação do direito, por meio de algum funcionário, assim como abuso de confiança por parte goleiro Bruno".
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