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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 23 de Julho de 2011 às 08:03

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Até mesmo na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) o preconceito está presente. A doutora em serviço social e professora da instituição, Maria de Sousa Rodrigues, afirma ser vítima da intolerância, frequentemente, quanto a sua cor preta. Ela avalia como positivos os dados da pesquisa, que apontam para a admissão das pessoas quanto à influência do preconceito. Mas ainda avalia o comportamento como "velado" na sociedade. Se a pergunta for se nós mesmos somos preconceituosos, todos tendem a negar.

Maria avalia a resposta negativa como uma prova do quanto o problema ainda tem para ser enfrentado por meio de políticas. As pessoas sabem o que é preconceito, presencial, mas "ainda não têm consciência que têm preconceito". A percepção, a partir da autoavaliação, é o grande desafio na sociedade. A professora compara com os homossexuais. Quando há entrevistas sobre o assunto, a maioria se posiciona favorável à liberdade de expressão, sexualidade. Só que este posicionamento está firme até um gay ser incluído na família ou piadinha ser contada em grupo.

O estereótipo em torno de características, muito destacado em piadas, tem grande impacto no processo de descriminação. O uso de termos relacionados a cor e raça são comuns e passam como "naturais". Porém, Maria diz que são preconceituosos e as pessoas não encaram como parte histórica de racismo.

Como presidente da Comissão Própria da Avaliação da UFMT, a professora afirma sofrer preconceito constantemente. Relata ser muito conhecida na instituição, mas não pessoalmente e quando chega as pessoas se assustam com sua estética. "Sou baixa, magra e negra, e quando o pessoal que está lá esperando me veem se surpreendem. A regra é achar que sou alta".

Para transformar os pensamentos já cristalizados na sociedade, Maria diz que passa pela democratização da educação. A qualidade de ensino deve ser ofertada a todos para dar condições iguais de inserção profissional e promover também a convivência social de forma igualitária. Na área de educação, por exemplo, há só 2 professoras indígenas formadas em mestrado.

A inclusão deve acontecer tanto por meio de políticas públicas, quanto privadas. Ela destaca que o setor empresarial tem responsabilidades da mesma forma que o Estado e o tema racial deve estar sempre presente. (AA)





Fonte: ´Do GD

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