O Comando Geral da Polícia Militar decidiu excluir da corporação o cabo PM Atílio Soares Souza, acusado de pedir propina em um caso ocorrido em dezembro de 2006, na cidade de Porto dos Gaúcho. Na mesma portaria, determina ainda a punição dos soldados Roberto Carlos Cesaro e Elias Correa da Silva, em dez dias de prisão, cada, por não terem levado o caso à direção da instituição. Eles podem recorrer das punições.
Na ocasião, de acordo com a portaria de exclusão, publicada em Diário Oficial que circula hoje no Estado, os militares teriam sido chamados por Atílio para reforçar o policiamento e acabaram detendo duas pessoas com armas. O cabo é acusado de ter indicado aos detidos o apoio de um advogado e, negociado propina para que não fosse feita a prisão das pessoas por posse ilegal de armas. Inicialmente, o valor seria de R$ 20 mil, reduzido posteriormente para R$ 5 mil. Ao comando, os dois soldados punidos relataram que não denunciaram o caso devido a ameaças feitas pelo cabo.
Atílio tem, segundo a portaria, sete punições disciplinares, três detenções e três prisões. A primeira por espalhar boatos tendenciosos denegrindo a imagem da instituição. A segunda prisão ocorreu em dezembro de 1999 por ter tentado corromper um fiscal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para passar na barreira com carregamento de madeira ilegal e, também, desrespeitar o graduado que fez a prisão. O terceiro caso ocorreu quando fez a prisão de dois traficantes, escondeu o caso de seus superiores e ainda agrediu os presos fisicamente.
Em sua ficha criminal, Atílio respondeu vários IPMs (Inquéritos da Polícia Militar). Em 1996 por crime militar; furto em 1997; sindicância por ameaça em 1999; IPM por crime ambiental em 2000 e, sindicância para apurar possível envolvimento com tráfico de drogas; sindicância e punição por apoio a um empresário por crime de fraudes em 2004; outro caso de sindicância em 2005 por não tomar as devidas providências em uma detenção; IPM em 2007 por exigir vantagem indevida a um homem em Sinop, além de outros dois casos em 2007.
O caso mais recente foi neste ano. Em maio, ele foi condenado pela justiça sinopense a 7 anos de reclusão pelo crime de tráfico de drogas. Ele, conforme Só Notícias informou, foi preso em janeiro pela Polícia Federal na BR-163, a cerca de 30 km de Sinop, transportando cerca de 3 kg de pasta base de cocaína escondida no painel do carro que dirigia, um Renault Scenic. Na ocasião, foi presa também uma mulher de 24 anos, que foi considerada inocente e acabou absolvida.
Quando foi preso pela Polícia Federal, Atílio alegou ter saído de Cuiabá (onde teria adquirido o carro) e seguia com destino a Guarantã do Norte. Na ocasião, o comando da PM sinopense informou que Atílio estava afastado dos trabalhos policiais há cerca de dois anos, amparado por atestado médico.
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