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Policia MT
Sexta - 22 de Julho de 2011 às 08:56
Por: GUILHERME BLATT

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Um estudante que presta assistência a moradores de rua alega ter sido preso injustamente e espancado por policiais militares. D.D.Q., 30 anos, foi abordado enquanto conversava com um morador de rua e levado a delegacia, onde foi confundido com um ladrão.

O fato teria ocorrido na noite do dia 17 de abril, mas só agora ele criou coragem para contar sua história. Voltando da igreja onde faz trabalho voluntário, o estudante parou para conversar com o morador de rua, quando os policiais chegaram. D.D.Q. foi revistado. Ele diz ter ficado nervoso com a situação, o que levou os policiais a acreditarem que ele tivesse algo a esconder. O estudante discutiu com os guardas e recebeu voz de prisão por desacato e desobediência.

Levado até o CISC Planalto, D.D.Q. foi identificado como o ladrão de uma moto, por outro homem que estava registrando um boletim de ocorrência. Foi neste momento que ele começou a apanhar. Os policiais começaram a agredi-lo para que ele confessasse o crime. Momentos depois, o verdadeiro assaltante apareceu. Era um homem de porte físico semelhante a D.D.Q. e que utilizava roupas similares. A vítima confirmou que o outro suspeito era o assaltante.

Mesmo assim, ele diz que continuou apanhando. “Recebi chutes e socos, cai no chão e continuei sendo chutado. Eles também faziam piadas sobre o meu trabalho”. O estudante conta que é normal sofrer intimidações e humilhações dos policiais. Ele diz que isso ocorre porque muitos não achem que seja certo ajudar os moradores de rua, tratados sempre como suspeitos.

Depois das agressões, o rapaz ficou caído no chão sem reação. Os policiais acreditaram que ele estava desacordado, mas D.D.Q. diz se lembrar de tudo. Ele foi levado até a Policlínica do Planalto, onde teria sido liberado por um médico.

O estudante conta que foi jogado na cela. Apenas na manhã do dia seguinte os policiais constataram que ele não possuía ficha criminal. Mesmo assim, foi chamado a comparecer em uma Audiência no Juizado Criminal, em maio. Ele também afirma que os policiais não devolveram alguns de seus pertences.

A assessoria da PM diz que em casos assim, a vítima deve procurar a corregedoria para que a denúncia seja formalizada. Só assim os devidos procedimentos de investigação podem ser realizados.

D.D.Q. diz que não fez a denúncia antes por medo. Ele conta estar fazendo acompanhamento psicológico. “Estou evitando sair nas ruas. Tenho medo de ser abordado e apanhar novamente. Mas sei que se eu me calar, outras pessoas podem passar por isso”, diz.





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