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Cidades/Geral
Sexta - 22 de Julho de 2011 às 03:50
Por: JOANICE DE DEUS

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Obrigados pela legislação a cumprir 30% das atividades, policiais civis não escondem o descontentamento em ter que manter o atendimento diante da forma com que o governo vem conduzindo a situação e tratando a categoria.

“Estamos nos sentindo humilhados. Mas, o fato de o governo não valorizar a categoria é reflexo do descaso com que trata a segurança pública em Mato Grosso”, disse uma policial civil, que trabalha na Central de Ocorrências e que para evitar possíveis retaliações preferiu não ter o nome divulgado.

Além do baixo salário, a policial civil lembra que a categoria está sobrecarregada devido ao déficit de efetivos. “Tem escrivão com mais de 500 inquéritos. Nos próprios plantões, o número de policiais é insuficiente. Se um sair de férias ou ficar doente, deixa todo mundo sobrecarregado”, comentou.

Ontem, os investigadores e escrivães retomaram a greve, suspensa por uma semana. Em assembleia realizada na tarde da última segunda-feira (18), as duas categorias rejeitaram a proposta de reajuste salarial feita pelo governo do Estado de salário inicial de R$ 2.460 para dezembro deste ano, um aumento de R$ 90. As categorias reivindicam R$ 3.460, retroativos a maio.

Pela manhã na Central, onde são confeccionados os boletins de ocorrência, havia um expressivo número de pessoas aguardando atendimento. Segundo os funcionários, normalmente o serviço é realizado por cinco policiais, mas ontem pela manhã só havia dois e um estagiário.

“O atendimento está lento. Já estou aguardando há 15 minutos e ainda há outras sete pessoas na minha frente. Se continuar assim não saio daqui em menos de uma hora”, disse a operadora de caixa Lúcia Marques Godoy, 39 anos, que pretendia comunicar a perda dos documentos. Ela não sabia da greve.

Outro policial da Delegacia Especializada de Entorpecentes, que também não quis ter o nome divulgado, também reconhece que as duas categorias estão trabalhando desmotivadas. “Nós não estamos brigando por aumento, mas por uma equiparação de salário de nível superior. Temos toda uma cobrança, desempenhamos um papel importante para a sociedade, que é quem realmente paga os nossos salários e não merece ser prejudicada. Mas não é justo que não tenhamos uma remuneração digna das exigências e funções que desempenhamos”, argumentou o investigador.

O policial lembrou que mesmo com especialização (pós-graduação, mestrado ou doutorado), o profissional das duas áreas quando chega na última classe (E) recebe R$ 5.000. “Esse valor é de nível médio e não superior”, reforçou.

Durante toda a manhã, a categoria esteve reunida na sede do Sindicato dos Investigadores (Siagespoc).

A intenção das duas categorias é radicalizar. Eles ameaçam invadir e suspender as obras da arena Pantanal, parar 100% dos serviços nas unidades e não atuar durante o Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, que começa nesta sexta-feira.

Hoje pela manhã, a partir das 9 horas, os grevistas vão recorrer às delegacias para reforçar a manifestação, além de fixar cartazes em todas as unidades, informando sobre a greve. Na sexta-feira, às 9 horas, eles se reúnem para uma manifestação na área central de Cuiabá. A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria Estadual de Administração.





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