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Quatro cartazes fazem de Porto Alegre a 1ª capital do país a receber peças de entidade
Com outdoors em Porto Alegre, campanha de ateus quer conter preconceito contra pessoas sem religião
Em cruzamentos movimentados da Capital, outdoors divulgam a mensagem dos sem fé. Quatro cartazes fazem de Porto Alegre a primeira capital no país a receber peças da campanha publicitária da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea).
As imagens, cada uma com sua mensagem mais a frase “Diga não ao preconceito contra ateus”, ganharam as ruas no início do mês. Em quatro peças, a Atea expôs duas versões dos cartazes, que começaram a ser substituídas por outras duas, válidas nas próximas duas semanas.
— Há uma noção de que ateus são maus. Acontece um crime bárbaro, logo falam que o sujeito não crê em Deus. A campanha quer mudar essa imagem — explica Daniel Sottomaior, presidente da Atea.
Os cartazes, de nove metros de comprimento por 3m60cm de largura, driblaram a proibição de veicular a campanha em ônibus, tentativa barrada em São Paulo, Florianópolis, Salvador e Porto Alegre.
Com R$ 7 mil, fruto de doações, a ação debutou em Porto Alegre por escolha da direção da associação, que congrega 2,6 mil membros, 382 deles gaúchos — o dobro do semestre passado.
Nas primeiras duas semanas, as peças ficaram nas vias Carlos Gomes, Antônio Carlos Berta, Protásio Alves e Ipiranga, um dos pontos que recebeu o cartaz mais polêmico, que cita “Religião não define caráter”, e mostra as imagens de Charles Chaplin, como ateu, e de Adolf Hitler, como crente.
Presidente da regional gaúcha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Zeno Hastenteufel considera legítima a manifestação, porém discorda da imagem do nazista.
— Todos têm o direito de se expressar, só duvido que Hitler fosse um homem de fé no momento em que cometeu aquelas atrocidades — afirma.
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