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Nacional
Terça - 19 de Julho de 2011 às 22:08

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Em seu esforço para solucionar a pior crise nuclear em um quarto de século, o Japão se vê diante de escolhas difíceis que terão consequências de grande alcance para a terceira maior economia do mundo. No prazo mais longo, o país terá que decidir que papel a energia atômica deve exercer no fornecimento de eletricidade a um arquipélago destituído de reservas de petróleo, carvão ou gás e dotado de atividade sísmica preocupante. Mais imediatamente, o país ou terá que recolocar em funcionamento muitos de seus reatores atualmente ociosos, ou, em caso contrário, descobrir maneiras de minimizar os prejuízos econômicos que decorreriam das deficiências de capacidade resultantes.

Lamentavelmente, o governo, liderado pelo Partido Democrático, não vem lidando com nenhuma das duas questões de maneira convincente. Após semanas de esforços frenéticos para evitar o desastre na danificada usina nuclear de Fukushima Daiichi, o primeiro-ministro, Naoto Kan, parece estar cético em relação ao setor nuclear, fato que não surpreende. Mas a declaração que fez na semana passada, dizendo que o Japão deve ter como meta ser "uma sociedade que consiga se virar muito bem sem energia nuclear", não conta com o apoio pleno nem mesmo de seu próprio gabinete.

Kan também tropeçou na questão de curto prazo de se deveriam ser recolocados em funcionamento os reatores que estavam parados para a realização de checagens de rotina antes do terremoto e tsunami de 11 de março, ou se eles deveriam ser fechados quando o desastre aconteceu. No momento, menos de metade dos 54 reatores japoneses estão em operação. Não uma questão de pouca monta em um país onde a energia nuclear normalmente é responsável por quase um terço da geração de eletricidade. Mas religar os reatores requer o consentimento de líderes locais.

No início deste mês o governo parecia estar perto de conseguir esse apoio para o religamento de dois reatores em Genkai, mas o processo agora está em dúvida, depois de Kan ter anunciado repentinamente que mesmo os reatores anteriormente declarados seguros terão que ser aprovados em "testes de estresse" que não foram claramente definidos. Com empresas nas regiões economicamente cruciais da Grande Tóquio e do oeste de Kansai já sendo orientadas a cortar em 15% seu consumo máximo de eletricidade neste verão, o caos administrativo resultante é profundamente prejudicial. A incerteza sobre o fornecimento elétrico só pode dificultar novos investimentos industriais e acelerar o fluxo de capacidade industrial para o exterior.

Isso não significa que o governo deva curvar-se cegamente ao lobby nuclear e aprovar todos os religamentos de usinas nucleares, ao mesmo tempo em que abandona os esforços para desenvolver alternativas de longo prazo a elas. A adesão à energia renovável e à conservação energética também trará oportunidades econômicas. Mas Naoto Kan e seus colegas precisam urgentemente minimizar a incerteza, no mínimo chegando a um acordo entre eles sobre o que precisa ser feito _e comunicando suas decisões de maneira mais convincente.

Tradução de Clara Allain






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