Brooks disse que ficou "chocada" ao saber do grampo da menina
ex-presidente-executiva da News Corporation Rebekah Brooks disse nesta terça-feira que ficou "chocada" ao saber que o celular da menina sequestrada e assassinada Milly Dowler tinha sido grampeado pelo detetive contratado pelo "News of the World".
"Eu acreditava que os jornais ingleses respeitavam a privacidade das famílias".
"Claramente, se as denúncias que vieram à tona há duas semanas forem verdadeiras, eu estava errada", afirmou a ex-editora do "News of the World", acrescentando que sua afirmação pode parecer ridícula, mas é verdadeira.
Em depoimento na comissão do Parlamento britânico sobre as práticas de escutas ilegais realizadas pelo tabloide "News of the World", Brooks disse que a chefia da empresa só soube que os grampos ilegais ainda eram utilizados por jornalistas da publicação em dezembro de 2010, quando a atriz Sienna Miller denunciou ter sido vítima da prática.
"Foi a primeira vez que nós vimos documentos relacionados com os funcionários atuais. Nós agimos rapidamente e decisivamente. Um inquérito foi aberto em fevereiro de 2011 e nós assumimos responsabilidade", disse Brooks.
DETETIVES
Apesar de negar que soubesse dos grampos ilegais, Brooks admitiu que sabia que o jornal contratava detetives particulares.
De acordo com a denúncia, foram detetives particulares que instalaram grampos, a pedido de repórteres da publicação.
Brooks disse que também não sabia que o detetive Glenn Mulcaire trabalhava para a publicação depois do escândalo de 2006, com a família real.
O escândalo começou em 2006, quando a polícia abriu uma primeira investigação sobre grampos contra funcionários da família real.
O editor de assuntos reais do tabloide Clive Goodman e o detetive particular Glenn Mulcaire foram condenados a quatro e seis meses de prisão respectivamente, mas a polícia determinou que era um caso isolado.
Na época, os executivos do "News of the World" disseram ao comitê que não havia evidência de que ninguém além de Goodman usava grampos ilegais.
Brooks disse, ainda, que o fechamento do tabloide "News of the World" foi uma decisão coletiva da diretoria e não apenas do magnata Rupert Murdoch.
"Fechar o jornal foi uma decisão coletiva. Acho que fizemos a coisa certa porque quando você perde a confiança dos leitores não há volta", afirmou Brooks.
Ela acrescentou que o outro tabloide do grupo, o "The Sun" é um jornal "limpo", indicando que o jornal não será envolvidos em escândalos como o que levou ao fechamento do "News of the World".
Depois de ser editora do "News of the World", Brooks foi editora do The Sun entre 2003 e 2009, antes de se tornar presidente executiva do grupo.
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