Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 19 de Julho de 2011 às 16:13

    Imprimir


A ex-presidente-executiva da News Corporation Rebekah Brooks afirmou em seu depoimento nesta terça-feira que sabia que o jornal contratava detetives particulares.

Apesar disso, ela afirmou que a chefia da empresa só soube que os grampos ilegais ainda eram utilizados por jornalistas da publicação em dezembro de 2010, quando a atriz Sienna Miller denunciou ter sido vítima da prática.

Brooks argumentou que todos os jornais do Reino Unido contratavam detetives particulares.

Brooks depõe na comissão do Parlamento britânico sobre as práticas de escutas ilegais realizadas pelo tabloide "News of the World".

"Foi a primeira vez que nós vimos documentos relacionados com os funcionários atuais. Nós agimos rapidamente e decisivamente. Um inquérito foi aberto em fevereiro de 2011 e nós assumimos responsabilidade", disse Brooks.

De acordo com a denúncia, foram detetives particulares que instalaram grampos, a pedido de repórteres da publicação.

Brooks disse que também não sabia que o detetive Glenn Mulcaire trabalhava para a publicação depois do escândalo de 2006, com a família real.

O escândalo começou em 2006, quando a polícia abriu uma primeira investigação sobre grampos contra funcionários da família real.

O editor de assuntos reais do tabloide Clive Goodman e o detetive particular Glenn Mulcaire foram condenados a quatro e seis meses de prisão respectivamente, mas a polícia determinou que era um caso isolado.

Na época, os executivos do "News of the World" disseram ao comitê que não havia evidência de que ninguém além de Goodman usava grampos ilegais.

MURDOCH

Antes dela, falaram o magnata da mídia Rupert Murdoch e seu filho James. Em seu depoimento, Murdoch negou saber da prática das escutas de seu tabloide "News of the World". Murdoch disse ainda que tem milhares de pessoas trabalhando para ele em todo o mundo e que confia nelas para fazer seu melhor trabalho.

Questionado sobre quem mentiu a ele, já que a prática era aparentemente comum em seu tabloide, ele disse: "Não sei. É isso que a polícia está investigando". "Os responsáveis são as pessoas em que confiei para que dirigissem o jornal", disse Murdoch, questionado se era o responsável pelo "fiasco" dos grampos.

James reiterou o argumento do pai e disse que, em uma empresa global como o império News Corporation, é comum que decisões sejam tomadas por executivos-chefes sem passar por Murdoch.

Já questionado se sabe de outros métodos de investigação utilizados por seus jornais, Murdoch disse que "todos usam investigadores", mas que ele não acha que seus jornalistas fizeram ilegalmente.

Sobre Rebekah Brooks, Murdoch disse que confiou e confia na ex-presidente-executiva do braço britânico de seu império News Corporation. Ele afirmou que ela e o então publisher do "Wall Street Journal", Les Hinton, pediram demissão e não foram demitidos.

Questionado porque permitiu a demissão de Brooks já que confiava nela, Murdoch disse apenas que "ela insistiu". "Ela estava muito angustiada", disse. Ao responder se a decisão de fechar o tabloide poderia ter sido evitado com a demissão de Brooks, Murdoch disse que as duas coisas não estão relacionadas.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/83010/visualizar/