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Terça - 19 de Julho de 2011 às 08:17
Por: Sonia Fiori

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A onda avassaladora de denúncias sobre corrupção que atinge o Ministério dos Transportes e autarquias como o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), intensificadas no fim de semana e ontem com série de notícias veiculadas em jornas e revistas de circulação nacional, como a revista Veja, "calou" líderes como o senador Blairo Maggi (PR) e o diretor-geral, ainda em período de férias, também republicano Luiz Antônio Pagot. Ambos são citados no cenário de supostas irregularidades. O aparente silêncio transmite uma situação de desconforto, de arranhões na relação do partido com o PT e de possível tomada de decisões imprescindíveis na tentativa de recuperação da desgastada imagem do PR. A prevista demissão de Pagot, que teria sido repassada ontem pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT), à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é o principal ponto da reunião marcada para hoje, em Cuiabá, entre representantes da sigla no Estado, como o senador Blairo Maggi, o presidente regional, Wellington Fagundes e o deputado federal Homero Pereira.

Conforme matéria da Agência Estado, a presidente Dilma Rousseff já teria solicitado ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, "limpeza" no setor, com o afastamento do diretor de Infraestrutura Rodoviária, o petista Hideraldo Luiz Caron, e do presidente interino da Valec, Felipe Sanches, além de outros nomes envolvidos no escândalo. Dilma sofria pressão de diversos setores para recuar da decisão, como informa a reportagem. Mas teria decidido optar pela demissão de Pagot ao considerar o número de nomes envolvidos, com vários diretores afastados após divulgação das supostas irregularidades.

Informações apontam que o diretor-geral mantém posição de enfrentamento e que o previsto anúncio de sua demissão poderá deflagrar "contra-ataque". Ele mencionou responsabilidade "coletiva" no órgão, durante esclarecimentos feitos no Congresso Nacional, na semana passada. Preferiu não atingir diretamente o PT, mas mandou o recado. O alvo dele seria o petista Hideraldo Caron, que também deve cair. Paulo Sérgio teria comunicado a decisão de Dilma ontem a ele.

Caron seria o responsável, segundo Pagot, por sustentar no colegiado do Dnit a necessidade de assinar contratos aditivos com empreiteiras, elevando o valor original em cerca de 73%, como relatado na Veja. O diretor seria o responsável por viabilizar estranhos reajustes. O perfil de homem forte de Pagot, imposto na gestão do ex-governador Blairo Maggi, parece não desmoronar. Mesmo atingido, resiste. Ele, Maggi e os principais líderes do PR no Estado estão no mínimo, magoados com a posição adotada por Dilma. Wellington reconhece a necessidade de serem esclarecidas as denúncias, mas entende que a política adotada por Dilma em relação ao episódio tem sido dura demais, destacando a falta de comprovação das irregularidades.






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