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Agronegócios
Sexta - 15 de Julho de 2011 às 09:33
Por: MARCONDES MACIEL

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MT pode ser o principal agente para fortalecimento do agronegócio do Centro-oeste, por líder na produção de grãos
MT pode ser o principal agente para fortalecimento do agronegócio do Centro-oeste, por líder na produção de grãos

A necessidade de unir forças do setor produtivo do Centro-oeste com o propósito de fortalecer o agronegócio na região e aumentar o poder de barganha dos produtores foi a principal tônica dos discursos de ontem durante o lançamento da Bienal dos Negócios da Agricultura, evento que pela primeira vez sai de Cuiabá para ser realizado em outro Estado, desta vez em Goiânia. O objetivo é refletir sobre a realidade do setor de produção de alimentos, biocombustíveis e commodities agrícolas, e discutir o futuro do agronegócio brasileiro e do Centro-oeste, apontando novas estratégias para o desenvolvimento da agrícola sem desmatar. O evento será realizado nos dias 11 e 12 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás.

Representantes de federações da Agricultura de Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, de Goiás e do Distrito Federal – entidades promotoras do evento – unificaram seus discursos em torno da formação de um bloco do Centro-oeste. Mato Grosso é atualmente responsável por quase 30% da produção nacional. Sozinho, produz a maior safra de soja, algodão e milho safrinha do país e detém, ainda, o maior rebanho bovino do Brasil.

“As regiões Sul e Sudeste já contam com movimentos para defender seus interesses econômicos. Agora chegou a vez do Centro-oeste unir forças para buscar saídas que tornem o nosso agronegócio mais forte e competitivo. Temos deficiências e problemas para serem resolvidos e só mediante esta mobilização vamos conseguir superá-los”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Ottoni do Prado.

O presidente da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, disse que a Bienal vai proporcionar um “momento de reflexão” sobre o agronegócio brasileiro. “Precisamos pensar nossa atividade a longo prazo e analisar os desafios que teremos no futuro”, afirmou. Riedel destacou também que é preciso “dar uma resposta ao nosso produtor”, gerando ações práticas e conhecimentos para que ele possa tomar decisões com mais segurança sobre o seu negócio. “Precisam interagir, unir forças e lutar para que os resultados se concretizem”, disse.

GARGALOS - O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Glauber Silveira, pontuou alguns desafios do agronegócio nos próximos anos, mencionando a questão ambiental como o “calcanhar de Aquiles” da agricultura. “O nosso grande desafio é equacionar esta questão e garantir a legalidade da nossa atividade. Para tanto, precisamos aprovar e colocar em prática o novo Código Florestal”.

José Domingos Fraga, secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do Estado, destacou a importância da região Centro-oeste no contexto da produção de grãos e para o crescimento do agronegócio brasileiro, apontando a logística como um dos gargalos dos produtores mato-grossenses. “Precisamos resolver este problema para alcançarmos novos mercados e sermos mais competitivos”.

Fraga falou ainda sobre a necessidade de se estabelecer um “marco regulatório” das questões ambientais, esperando que o Senado aprove o novo Código Florestal brasileiro, já votado e aprovado na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, o agronegócio mato-grossense contribui com 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, “mas é preciso investir em assistência técnica e extensão rural para que os mais de 120 mil [pequenos] produtores que agora se encontram marginalizados possam ser integrados ao processo produtivo e dar sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social”. Em Mato Grosso, a área “marginalizada” da agricultura familiar é estimada em cerca de seis milhões de hectares, o equivalente a quase toda a área plantada de soja na safra 2010/11.






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