Pais de alunos estão tendo que bancar transporte dos filhos nas reposições de aula aos sábados; problema voltará a se repetir nesta semana
Falta passe-livre em reposição de aula
Além de terem as férias reduzidas e aulas até aos sábados o dia inteiro, por causa da greve dos professores, alunos de escolas da rede estadual estão sendo obrigados a pagar pelo transporte escolar, apesar da garantia legal de gratuidade.
Em muitas escolas, quem teve aula no último sábado (9), primeiro final de semana de reposição, gastou R$ 5 e deve consumir valor similar nesta semana. Isso porque nem todas as unidades escolares conseguiram elaborar o novo calendário e informar as alterações logo depois do fim da greve.
A dona de casa Maria Aparecida Pereira e Silva, mãe de dois alunos - Luiz e Carlos, de 12 e 14 anos, respectivamente - reclamou que R$ 10 pode até parecer pouco, mas em sua família é um valor significativo. Foi esse valor que ela gastou com transporte para os filhos no sábado passado.
A Escola Antonio Epaminondas, no bairro Lixeira, é uma das que os alunos tiveram de pagar transporte sábado passado e podem ser obrigados a fazer o mesmo esta semana.
O diretor da escola, Handus Freitas, explicou que tiveram de discutir com alunos, professores e comunicar aos pais antes de programar a reposição de aulas, o que acabou atrasando o encaminhamento do ofício a MTU.
Somente esta semana, na terça-feira, diz, enviou ofício à MTU (Associação dos Transportadores Urbanos), órgão responsável pelo controle e liberação do passe estudantil nos equipamentos instalados nas escolas.
Além de reafirmar a necessidade das 72 horas pós-recebimento do ofício para atualizar o calendário e liberar as passagens, o coordenador de atendimento da MTU, Oderly José de Figueiredo, disse que serão necessárias pelo menos duas semanas para atender todas as escolas.
Figueiredo observou que como cada escola definiu seu próprio calendário, a alteração precisa ser feita uma a uma, o que acaba demandando mais tempo. Ele disse que esse serviço está sendo priorizado na tentativa de atender os estudantes.
Por conta da paralisação de quase um mês, o que corresponde a 19 dias letivos, as férias do meio do ano estão sendo reduzidas e mesmo assim muitos alunos ainda terão aula aos sábados e na véspera das comemorações natalinas.
A greve dos professores durou quase um mês e comprometeu o calendário na grande maioria das escolas estaduais. De duas, as férias do meio do ano se restringirão a uma semana. Mas mesmo assim não será possível completar os 200 dias letivos exigidos pela LDB (Lei de Diretrizes Básicas da Educação)
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