Servidores do Dnit fazem paralisação contra cargos políticos
A manhã de quarta-feira, 13 de julho, foi marcada com a paralisação nacional dos servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pela moralização do órgão. A situação no Dnit já não era das melhores após a crise na pasta que derrubou toda a alta cúpula incluindo do Ministério dos Transportes, sob acusação de corrupção.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro (Sintrasef), Eliana Bonifácio, Lili, declarou em alto e bom som que os cargos políticos engessam os trabalhos e defendeu a nomeação dos servidores de carreira que estejam qualificados para assumir a função. O discurso de Lili foi endossado pelos companheiros durante a mobilização.
A paralisação no Rio de Janeiro também contou com a presença de outro diretor do Sintrasef, Geraldo Nunes, que informou a categoria do indicativo de greve geral para agosto, tendo em vista que o
Governo recuou no processo de negociação e não tem atendido o pleito dos trabalhadores.
O tom de insatisfação com os escândalos acumulou também um sentimento de revolta, conforme contou Marilda Helena Pereira, que está no Dnit há mais de trinta anos. “Papagaio come milho, periquito leva a fama. Temos que fazer greve e todos têm que comparecer. Nós ganhamos pouco e trabalhamos muito”, desabafou.
A ação em repúdio à corrupção acontece, desde as 10h, na Rodovia Presidente Dutra, km 163. Além da reestrutura de gestão, os manifestantes reivindicam a realização de novos concursos públicos, nomeação dos aprovados, nomeação de servidores públicos para cargos de comando e aumento salarial aos servidores de carreira.
Manifestantes também criticaram a falta de recursos materiais para atender as crescentes demandas de trabalho e a falta de estrutura nas unidades locais em todo o território brasileiro. Eles dizem que não aguentam mais carregar o fantasma da corrupção e ver o Governo tapar os olhos e trocar seis por meia dúzia em suas indicações políticas. “Não dá mais para deixar o órgão refém do balcão de negócios , ou seja nas mãos de quem não tem compromisso em conduzi-lo”, disse Josemilton Costa, secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal e diretor do Sintrasef.
A gota d’água que desencadeou o ato do dia 13 foi a falta de habilidade do Governo Dilma em readequar os cargos. Os sindicalistas criticam a intenção de nomear o senador Blairo Maggi (PR-MT) e de manter o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, de férias, sabendo que ele é o principal alvo das denúncias. Em Brasília, os sindicalistas se reuniram em frente ao Congresso e fizeram uma caminhada até o Ministério do Planejamento.
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