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Cidades/Geral
Quarta - 13 de Julho de 2011 às 08:56
Por: Caroline Rodrigues

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A falta de estrutura nas Policlínicas sobrecarrega o Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, que precisou transferir mais de 50 pacientes para evitar a superlotação. Atualmente, a unidade tem 258 leitos e mais de 300 pessoas internadas. O diretor do PS, Ronaldo Taques, explica que muitos casos são classificados como baixa complexidade e deveriam ser tratados nas policlínicas, o que não acontece. Nesta terça-feira (12), a Policlínica do CPA não tinha médico e a do Planalto estava sem pediatra. A solução encontrada pela administração é fazer a transferência para o PS, ocupando os leitos destinados à urgência e emergência.

O jardineiro Hanny Harley Vieira da Silva, 22, foi até a Policlínica do CPA em busca de atendimento. Ele tem um caroço no pescoço e sente muita dor. Recebeu a informação que não tinha médico e optou por passar em uma farmácia para comprar qualquer tipo de medicamento que possa aliviar a dor.

Silva acredita que está com caxumba, mas não teve o diagnóstico. Sabe o risco da auto medicação, porém não tem condições financeiras de ir até outra policlínica ou pagar por uma consulta particular. A previsão das atendentes era que um médico atendesse à noite.

Além de não ter médicos, alguns remédios estão em falta no estoque da unidade. O aposentado Elias Fernandes, 60, conta que não achou o medicamento Diazepam, que procura há 4 meses. Ele faz o uso contínuo do produto e vai precisar comprar com o dinheiro da aposentadoria, que é pouco e atende com dificuldade as despesas da família. "É do couro que sai a correia".

O aposentado Abdelcrim Florentino Guedes, 68, passou pela mesma situação. Parte dos remédios, indicados para osteoporose, não foi encontrada.

Planalto - Na Policlínica do Planalto, o problema era a falta de pediatra. A dona de casa Suelen da Luz Almeida, 18, está há 2 dias com o filho internado no local. Ela conta que fez os exames, mas ainda não sabe o diagnóstico porque não tem pediatra.

Para a mãe, a falta do profissional coloca a vida do filho em risco, já que ele está tomando vários remédios sem saber qual doença tem.

Durante o tempo que fica na sala da recepção, Suelen viu várias pessoas com criança indo embora sem receber atendimento. Outro problema da unidade é a demora do atendimento. Como a Policlínica do CPA, que fica nas proximidades está sem médico, parte da demanda recorre ao Planalto. O número de atendimento chega a 250 por dia.

A dona de casa Ilizabeth de Souza, 41, relata que está com a filha, que sente muita dor e aguarda sentada na recepção. É a segunda vez, em menos de 3 dias, que ela vai ao local. Todos os dias, precisou ficar mais de 12 horas esperando pela consulta.

No primeiro dia, foram passados remédios para dor e exames. Agora, ela está com os exames em mãos, mas não consegue que o médico veja o laudo para fazer o diagnóstico preciso. "A situação da minha filha é grave. Ele ( médico) precisa apenas ver o papel e dizer o que é. O serviço é de 2 minutos e já estou esperando há 2 horas, sem perspectiva de ser atendida".






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