Com Bolsa em queda, investidor busca lucro em operação diária
O mau desempenho da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) no ano, com queda de 11,2% até o dia 8 de julho, gerou uma mudança na atitude dos investidores que permanecem no mercado de renda variável.
Corretoras consultadas pela Folha afirmam que aumentaram as operações chamadas de "daytrade", aquelas que começam e terminam no mesmo dia.
O movimento, segundo os analistas, está associado à tentativa dos investidores de ganhar com a volatilidade do mercado, ou seja, com a variação no preço de uma ação em uma sessão da Bolsa.
A operação, que consiste basicamente em tentar ganhar com a especulação, pode ser feita com outros ativos negociados no mercado, como moedas e commodities.
Dados da Icap mostram que esse tipo de operação cresceu 15 pontos percentuais até junho deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010.
De acordo com o diretor executivo da Icap, Paulo Levy, os clientes do home broker que fazem esse tipo de operação eram cerca de 30% do total no ano passado, e agora já chegam a 45%.
"Nos últimos dois anos, a Bolsa tem oscilado entre 60 mil e 70 mil pontos, longe dos níveis recordes vistos anteriormente", diz Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Investimentos.
"As operações que têm dado resultado são as de curto prazo", afirma.
O comerciante Fábio Grigorian, 43, começou a realizar as operações de curto prazo há cerca de um ano. "Quando comecei a fazer de cinco a dez operações por dia, meu lucro passou a ficar maior que meu prejuízo", diz. "Na semana passada, consegui, em dois dias de daytrade, ganhos de 20% sobre meus investimentos."
A possibilidade de ganhar com esse tipo de operação tem aumentado a procura por informações a respeito delas, dizem as corretoras.
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