"Fui muito bicha na infância", afirma comediante Paulo Gustavo
Paulo Gustavo está em cartaz em São Paulo com o monólogo "Hiperativo" e viaja o Brasil com o espetáculo "Minha Mãe É Uma Peça". O ator vai transformar a última em longa-metragem e o primeiro em programa de TV. Ele falou à Serafina. Leia os melhores trechos da conversa.
"Está escrito "stand-up" no cartaz de "Hiperativo", mas não é bem isso. "Stand-up" não pode ter cenário, figurino, personagem. Minha peça tem as três coisas."
"Meu primeiro trabalho profissional foi "Minha Mãe É Uma Peça", que ficou cinco anos em cartaz no Rio e agora vai cada fim de semana para um lugar diferente do Brasil."
"Escrevi, produzi e sou o único ator em cena nos dois espetáculos."
"Tenho tudo para dar errado: meu rosto só é bonito de perto, meu corpo é esquisito e não tenho cabelo. Então não espero nada de ninguém. Eu mesmo crio meus trabalhos."
""Minha Mãe É Uma Peça" começou num teatro pequeno do Rio, aos sábados e domingos. Aí foi fazendo sucesso e, em dois meses, estava de terça a sábado e com duas sessões aos domingos."
"Minha mãe de verdade é bem pior que a da peça, bem mais maluca, dei uma amenizada para não queimar o filme dela."
"Uma época, ela trabalhou de porteira no prédio em que a gente morava. Eu morria de vergonha, mas sabia que não era certo ter vergonha daquilo. Hoje me orgulho dela."
"Meu personagem no filme e na série "Divã" fez minha cara ficar conhecida. Fiz o Renée, um gay cabeleireiro divertido. Meio inspirado em uma maquiadora da Globo engraçadíssima e meio inspirado em mim mesmo."
"Fui muito bicha na infância. No meu primeiro Carnaval, eu tinha quatro anos, e minha mãe fez uma fantasia de Visconde de Sabugosa para eu vestir. Não quis, eu queria ir de Emília. Ela não deixou. De Visconde de Sabugosa, eu não ia. Preferi ficar em casa."
""Minha Mãe..." vai virar filme agora, escrevi o texto e vou fazer a protagonista. Começamos a filmar no segundo semestre."
""Hiperativo" vai virar programa de auditório no Multishow, também no segundo semestre. É baseado no espetáculo e deve estrear em setembro.
"Sou um ator que faz comédia. Pode dizer comediante, mas não gosto de ser chamado de humorista."
"Sei que faço parte dessa geração de comediantes, mas não tenho identidade com a turma do "stand-up". Eles são importantes para atrair o público jovem, esse pessoal que fica no videogame, vendo pornografia na internet. Eles são o público do teatro de amanhã."
Comentários