À espera de que o rei Alberto II aceite ou rejeite a renúncia de Di Rupo, este fato representa um novo golpe às tentativas de formar um Executivo em um país que vive desde o semestre passado regido por um Gabinete interino com uma capacidade de manobra muito limitada.
O rei, em uma declaração escrita inédita até agora, admitiu a "gravidade da situação política" e pediu "que cada responsável político do país tire alguns dias de reflexão para medir as consequências da situação e buscar vias de solução".
Espera-se, portanto, que o monarca não decida sobre a renúncia de Di Rupo pelo menos até a próxima semana, dando um pequeno prazo aos partidos para que recapacitem.
A mensagem pode ser lida tanto como um pedido a Di Rupo para que não abandone, como a modo de apelo aos independentistas flamengos do N-VA, que na quinta-feira rejeitaram as propostas do líder socialista francófono para a reforma do Estado e a formação de Governo.
O plano de reforma do Estado proposto esta semana por Di Rupo oferecia aos flamengos um reforço da autonomia das regiões e um grande ajuste fiscal, duas das demandas frequentes do N-VA.
Os independentistas, no entanto, responderam com um rotundo "não" que lançou por terra qualquer possibilidade de avançar sobre essas bases, apesar de que a maioria de forças o tenham respaldado.
Hoje, após apresentar sua renúncia, Di Rupo pediu "calma" em entrevista na televisão e apelou para se continuar trabalhando sobre a base de sua proposta.
O líder socialista lembrou que sete partidos, três deles flamengos, a aceitaram e considerou que há "possibilidades" de superar a crise por essa via, embora não tenha dito se as negociações poderiam seguir em frente sem o N-VA.
Até agora, todos os esforços para se conseguir um compromisso entre forças flamengas e francófonas terminaram em fracasso, divido às posturas de confronto que mantêm em muitos pontos da reforma do Estado à qual se comprometeram.
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