Moradores relatam tentativas de saque após deslizamento em SP
Moradores da região da Mata Virgem, na zona sul de São Paulo, relataram nesta sexta-feira tentativas de saque às casas danificadas pelo deslizamento de terra ocorrido ontem (7). Uma criança de 3 anos e uma adolescente grávida morreram.
Segundo os moradores, foi feita uma grande fogueira à noite para iluminar o local do deslizamento, e a Polícia Militar tentou proteger as casas. Mesmo assim, bandidos tentaram invadir as construções em ruínas pelo lado do morro.
A reportagem não localizou nenhum morador que tenha notado algo furtado na madrugada. O deslizamento ocorreu na rua da Saúde, perto da avenida Alda, na região da divisa com Diadema (Grande SP).
Desde a manhã, a Defesa Civil vistoria casas na vizinhança. Ontem, foram interditadas 50 imóveis, mas após uma avaliação 26 foram liberados.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, técnicos ainda finalizam as análises, mas o número de interdições deve subir "sensivelmente". As famílias estão retirando móveis e objetos que conseguiram salvar da tragédia --a Prefeitura de Diadema disponibilizou um caminhão para o transporte.
Thamires dos Santos Ferreira, 17, que estava grávida de cinco meses, está sendo velada no cemitério Jardim Vale da Paz, em Diadema (av. dos Pereiras, 600). O enterro será as 16h30.
Yohan de Jesus, 3, está sendo velado no cemitério municipal de Diadema (al. Saudade, 103) e também será enterrado às 16h30.
ÁREA DE RISCO
De acordo com a Secretaria de Habitação, 422 famílias já haviam sido transferidas desta área de risco, mas 78 resolveram permanecer. "Às vezes, a família não aceita o que é oferecido", disse o secretário da Habitação, Ricardo Pereira Leite.
O local é considerado uma área de risco R4, que significa alto risco de deslizamento e solapamento do terreno. O estudo foi feito IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que mapeou as áreas de risco da capital paulista.
A área passava por obras de urbanização e contenção de encostas. As causas do deslizamento ainda serão investigadas.
Moradores dizem que uma retroescavadeira que trabalhava na obra caiu e provocou o deslocamento da terra. Eles dizem que já haviam alertado a prefeitura.
Já a Defesa Civil diz que as condições instáveis do solo, por conta da declividade, foram agravadas por infiltrações provocadas por ligações clandestinas de esgoto.
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