Inflação no segmento superada as médias regional e nacional, tanto no acumulado do ano quanto em 12 meses
MT tem a maior alta em custo de construção civil
Prejudicado pela baixa oferta de mão-de-obra disponível no mercado, Mato Grosso encerrou o mês de junho com o custo de construção civil mais elevado do país. De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE, o Estado registrou taxa mensal de 5,26%, bem acima da média da região Centro-Oeste (1,73%) e do Brasil (0,60%). Outro fator que contribuiu para a alta dos custos da construção foi a pressão exercida pelo reajuste salarial decorrente de acordo coletivo da categoria.
Pelos números do IBGE, o custo do metro quadrado, em Mato Grosso, ficou em R$ 803,68, seguido de Mato Grosso do Sul (R$ 800,45), com variação mensal de 0,60% e, Goiás, R$ 768,65, o menor da região, com variação de 0,24% no mês. Distrito Federal é o que tem o maior custo por m² (R$ 830,30), porém com variação mensal de apenas 0,06%.
No ano, Mato Grosso acumula variação de 5,90% e, nos últimos 12 meses, 14,20%, também a maior da região. Com relação aos acumulados, o Centro-Oeste se destacou por apresentar a maior taxa no ano, 5,92% e a maior variação nos 12 meses, 9,79%.
No Brasil, a inflação acumulada no semestre é de 3,82% e nos últimos 12 meses, 6,82%, quase metade da observada no Estado.
A mão-de-obra aparece como a grande vilã dos custos da construção civil em Mato Grosso. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Sincomac), José Wenceslau Júnior, os preços dos materiais, especialmente da cesta básica, sofreram queda nos últimos meses devido à redução dos impostos federais e estaduais. Júnior cita o exemplo do aço, que está 12% mais barato, e do cimento, que chegou a custar R$ 25 e hoje é vendido, em média, por R$ 19.
Os preços, de uma forma geral, baixaram. O que subiu foi mão-de-obra. “Hoje temos uma grande demanda por profissionais especializados e, com isso, os preços estão nas alturas”. Ele diz que se o governo estadual não tivesse reduzido os impostos, o preço do metro quadrado hoje seria bem maior. “Estimamos que a alta da mão-de-obra tenha atingido 60% nos últimos dois anos, principalmente para pedreiro, eletricista, carpinteiro, pintor e encanador, profissionais que nunca ganharam tanto como agora. E o pior: a mão-de-obra continua escassa e tende a ficar até mais cara por conta da grande procura”.
BRASIL - Levantamento do IBGE mostra que a região Centro-oeste ficou com a maior variação regional em junho. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,31% (Sul), 0,48% (Nordeste), 0,30% (Sudeste) e 0,19% (Norte). Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 836,29 (Sudeste); R$ 798,12 (Centro-Oeste); R$ 790,10 (Norte); R$ 778,48 (Sul) e R$ 754,27 (Nordeste).
O Índice Nacional da Construção Civil apresentou variação de 0,60% em junho, recuando 0,90 ponto percentual em relação a maio (1,50%) e inferior 0,06 ponto percentual em relação a junho de 2010 (0,66%). Considerando os meses de janeiro a junho de 2011, a alta está em 3,82%, enquanto em igual período de 2010 havia ficado em 4,33%. O resultado dos últimos 12 meses situou-se em 6,82%, abaixo dos 6,88% registrados nos doze meses imediatamente anteriores.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em maio fechou R$ 790,90, sendo R$ 440,07 relativos aos materiais e R$ 350,83 à mão-de-obra, em junho passou para R$ 795.64, sendo R$ 440,81 referentes aos materiais e, R$ 354,83, mão-de-obra.
A parcela da mão-de-obra apresentou variação de 1,14%, ficando 2,23 pontos percentuais menor em relação ao mês anterior (3,37%). Já os materiais registraram uma diferença de 0,10 ponto percentual, indo de 0,07% em maio para 0,17% em junho. No ano, a mão-de-obra subiu 7,04%, enquanto os materiais registraram 1,36%. Os acumulados em doze meses foram: 10,36% (mão-de-obra) e 4,15% (materiais).
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