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Nacional
Quinta - 07 de Julho de 2011 às 20:38

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O governo brasileiro não participou da decisão tomada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de apoiar a proposta de fusão do Pão de Açúcar com as operações do francês Carrefour no Brasil, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

 

 

 

 

 

O BNDES está sendo questionado por sua decisão de se comprometer a oferecer R$ 3,9 bilhões para financiar o negócio, que levantou a ira do também francês Casino , sócio relevante do Pão de Açúcar. Os dois varejistas franceses são rivais ferrenhos e querem expandir sua presença no crescente mercado brasileiro.

 

 

 

 

 

"É uma decisão do BNDES e não do governo", disse a jornalistas Mantega nesta quinta-feira, durante conferência organizada pela revista The Economist na capital da França. "O governo não se envolve nesse assunto; é uma decisão privada e não governamental", acrescentou.

 

 

 

 

 

Os comentários de Mantega são os mais recentes sinais de que o governo brasileiro está adotando uma postura cautelosa diante da forte oposição do Casino ao negócio envolvendo Pão de Açúcar e Carrefour. O BNDES informou que não apoiará a transação se não houver entendimento entre os sócios das companhias.

 

 

 

 

 

Mantega disse, ainda, que não haverá pressão política sobre qualquer das partes envolvidas no negócio. "O BNDES precisa justificar suas ações nessa situação, que é apenas comercial e não uma situação política", afirmou o ministro. "É inadmissível imaginar que exista uma ação política por parte do BNDES nesse caso."

 

 

 

 

 

Mais cedo, no mesmo evento em Paris, o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que na semana passada havia afirmado que a fusão tinha "importância estratégica para o Brasil", disse que o negócio "não é assunto" do governo.

 

 

 

Entenda
O grupo francês Carrefour anunciou em 28 de junho ter recebido uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar. A operação precisa ser aprovada pelos acionistas dentro dos próximos 60 dias. O BNDESPar e o BTG Pactual foram os parceiros escolhidos por Abílio Diniz para tentar concretizar a união, em uma complexa operação para não ferir acordo de acionistas.

 

 

 

Diniz e Pão de Açúcar estavam impedidos de negociar diretamente com o Carrefour sem o consentimento do grupo Casino, que detém 43% da rede brasileira, devido a cláusulas do acordo de acionistas firmado em 2006. De qualquer forma, a união entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil não sairá sem a aprovação do sócio francês. Pelos termos apresentados, a Gama e o BNDESPar formarão a Nova Pão de Açúcar (NPA). Após uma série de etapas, o Carrefour terá sua operação no Brasil incorporada pelo Pão de Açúcar.

 

 

 

A proposta envolvendo o Carrefour no Brasil surge depois que o Pão de Açúcar comprou nos últimos anos Ponto Frio e Casas Bahia, consolidando sua liderança no varejo do País. As duas aquisições ainda não passaram pelo crivo do órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

 

 

 

A proposta prevê que a aquisição das lojas do Carrefour no Brasil por meio da Gama, fundo de investimentos do BTG Pactual, vai ocorrer com investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros da varejista francesa no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também estuda participar da sociedade, com cerca de R$ 4,5 bilhões.




Fonte: Reuters

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