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Tecnologia
Quinta - 07 de Julho de 2011 às 19:13
Por: Juliana Lisboa

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O Eee PC da Asus foi o primeiro da categoria a ser produzido em massa
O Eee PC da Asus foi o primeiro da categoria a ser produzido em massa

Há cerca de quatro anos, surgia um novo tipo de aparelho no mercado de computadores. Os netbooks apareceram como uma alternativa aos notebooks, já que permitiam uma mobilidade maior por preço bastante inferior. Entretanto, o reinado dos pequenos notáveis - alardeados como práticos, leves e econômicos -,se viu ameaçado em 2010 com o aparecimento dos tablets, a última novidade em computadores portáteis que promete uma inifinidade de funcionalidades em um formato inovador. Seria o fim dos netbooks?

A verdade é que os netbooks continuam à disposição nas lojas e basta circular por aí e ver que o produto continua nas mãos de muitos consumidores. O primeiro modelo lançado pela Asus, uma das principais fabricantes da categoria, chegou em 2007 com a proposta de ser um produto mais acessível, que iria levar essa tecnologia para as massas. "O EeePc 701 criou uma nova categoria no mercado", afirma o Gerente de Marketing da Asus, Güido Alves. A ideia era suprir a necessidade de acesso do consumidor, estudantes, por exemplo, a um preço menor e com um equipamento que tinha autonomia de bateria superior à de um notebook, explica Alves.

"Não havia processador adequado, softwares, foi preciso adaptar as tecnologias existentes", completa o gerente da Asus. O primeiro modelo rodava Linux, tinha um teclado mais enxuto, diferente dos modelos lançados atualmente.

"A proposta inicial era oferecer uma opção de maior mobilidade, mas com alguma limitação, como o poder de processamento", afirma Anderson Kanno, gerente de produto da Acer, outro importante fabricante do setor. O netbook, com suas telas entre 8.9 e 12 polegadas, surgiu num momento em que os notebooks ainda eram caros - e continuam sendo para a maior parte da população. Talvez esse seja o principal ponto que leva os produtores a crer que a ameaça dos tablets não é tão grande quanto parece.

"Netbook é uma categoria que não está crescendo muito, não necessariamente por causa dos tablets", destaca o gerente sênior da Acer, Alexandre Caraccio. De acordo com ele, os tablets ainda são mais uma expectativa do que exatamente uma realidade no Brasil.

Ao encontro deste pensamento, Alves diz que "os tablets ainda estão disponíveis para uma pequena parcela da população". Enquanto o preço dos tablets gira em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil, há modelos de netbook sendo vendidos por R$ 799, R$ 899 ou até menos em grandes lojas de varejo. "Os tablets causam impacto em mobilidade, mas não em relação ao preço", ressalta Kanno.

A situação irá variar de acordo com o mercado, mas nos Estados Unidos, por exemplo, essa diferença é menor (lá um iPad custa US$ 499 e um netbook sai por US$ 299). Os representantes das empresas contactadas pelo Terra concordam que no mercado internacional, o impacto do lançamento dos tablets sobre os netbooks existe. No entanto, "no Brasil, eu diria que esse impacto é praticamente inexistente", disse Alves. Caraccio é um pouco mais cauteloso, para ele o mercado brasileiro observa o que acontece no cenário internacional e "ainda não se sabe como será aqui."

Além da questão da mobilidade, carro-chefe da propaganda dos netbooks e que leva muitos usuários a terem um "net" como complemento ao seu PC ou notebook, o aparelho é uma boa opção para consumidores de entrada, ou seja, aqueles que querem comprar seu primeiro computador. O preço acaba sendo atrativo para esse público, que não tem muitas exigências em termos de configuração (o acesso à internet e o uso de editor de textos atendem às necessidades básicas de boa parcela dos consumidores). Também neste quesito, netbook e tablets se distanciam. Segundo Alves, no Brasil, "grande parte da população não está pronta para começar com o tablet, esse é um caminho a seguir e deve levar algum tempo." Kanno lembra que a forma de interação com notebooks e netbooks é semelhante, no entanto, com o tablet o usuário terá de passar por um processo de "aprendizagem".

Desde o lançamento, os netbooks evoluíram bastante. Hoje eles têm melhor poder de processamento, há modelos com tela sensível ao toque, resolução maior, maior capacidade de bateria - alguns com até 12 horas de autonomia -, são mais finos, mais leves. Muitos chegam ao mercado com cores variadas, o que torna o netbook um computador cada vez mais pessoal.

"O netbook não vai desaparecer, pelo contrário, vai evoluir ainda mais", prediz Alves. "Há modelos hoje, por exemplo, com capacidade de processamento superior à de notebooks", lembra o gerente, que explica uma nova tendência dos "supernetbooks": aparelhos que fazem tudo o que um notebook faz, com a diferença do tamanho da tela.

Caraccio não é tão otimista, mas concorda com a teoria de que os "nets" não devem sumir do mercado: "não vai desaparecer nos próximos anos, mas vai encontrar a sua parcela e terá seu público padrão." De acordo com ele, hoje para cada dez notebooks vendidos, um netbook chega às mãos dos consumidores, e este patamar "tende a estagnar". A ideia dos fabricantes parece ser a de oferecer opções aos consumidores, que têm necessidades específicas e buscam aparelhos que se adequem a elas.





Fonte: Terra

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