Associação do bairro Ouro Verde, em Campo Largo, instala outdoor avisando que todos já foram assaltados no local. Ideia agora é distribuir adesivos
Violência: moradores pedem socorro contra assaltos
O presidente da Amov, César Luís Augusto, diz que a média tem sido de assaltos três por semana no bairro – só no último fim de semana, duas casas foram roubadas no mesmo dia. Augusto conta que só em uma rua foram registrados 12 assaltos nos últimos cinco meses. No mesmo período do ano passado, segundo ele, foram 11 ocorrências. “Não aguentamos mais. A instalação desse painel foi um pedido de socorro”, afirma. A situação levou à criação da associação, há quatro meses. “Nas estatísticas municipais com relação à segurança, o bairro Ouro Verde é o mais violento”, diz.
Reféns
Um dos casos mais graves ocorreu com a professora de educação física Daniela Rorbacker Pessoa, 38 anos, uma das idealizadoras do outdoor. Ela, o marido e três filhos pequenos foram feitos reféns por mais de duas horas, dentro de casa, no dia 23 de novembro do ano passado. Daniela conta que a casa foi invadida por volta das 23 horas e que a família sofreu pressão psicológica, com direito a arma na cabeça e ameaças de violência física. “Disseram que iam cortar a mão da minha filha se ela não contasse onde estava o cofre”.
A professora, que é vice-presidente da Amov, ficou ainda mais revoltada quando um dos assaltantes foi reconhecido e teve o pedido de prisão expedido. Segundo ela, a Justiça indeferiu o pedido por falta de provas. “A sensação é de revolta. Levaram tudo e nos deixaram amarrados. Meus filhos tiveram que ser atendidos por psicólogos; até hoje durmo muito mal e tenho medo de sair à noite. Infelizmente, a Justiça dá mais apoio aos bandidos do que aos cidadãos que pagam impostos”, desabafa.
A ideia, a partir de agora, é distribuir adesivos com a mesma mensagem do outdoor para fixar nos carros, em sinal de protesto. “Precisamos mostrar que estamos atentos”, diz Augusto. Apesar da mensagem, Daniela diz que o objetivo não é fazer com que os ladrões migrem para outras regiões. “Precisamos de mais policiamento”, resume. A delegada Gisele Durigan, responsável pela Delegacia de Campo Largo, foi procurada pela reportagem, mas não encontrada.
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