A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) confirmou nesta quarta-feira que a Federação Internacional de Natação (Fina) apelará ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) por conta da punição branda a César Cielo e aos outros três nadadores brasileiros flagrados em exame antidoping no Troféu Maria Lenk. Os quatro atletas testaram positivo para o diurético furosemida, que pode mascarar o eventual uso de outras substâncias proibidas.
Em nota oficial emitida na tarde desta quarta, a entidade máxima da natação brasileira voltou a respaldar a decisão do seu painel de doping, que optou por apenas advertir Cielo, Henrique Barbosa, Nicolas dos Santos e Vinícius Waked. Contudo, disse não saber detalhadamente o motivo pelo qual a Fina decidiu recorrer ao TAS.
"Os fundamentos da apelação ainda permanecem desconhecidos", notificou a Confederação, que adotará as providências do código do tribunal. "Confia a CBDA que a decisão de seu painel de doping, formado por profissionais de extrema experiência em medicina esportiva e presidido pelo doutor Eduardo De Rose, será mantida", acrescentou.
A notícia de que Cielo, Henrique Barbosa, Nicholas dos Santos e Vinícius Wacked testaram positivo para furosemida foi divulgada na sexta-feira pela CBDA. Em nota e depois em pronunciamento, o maior nome da natação brasileira negou fazer uso da substância proibida para melhorar seu rendimento nas piscinas e pediu para que os fãs rezassem.
Entenda o caso
O velocista Cesar Cielo teve resultado adverso para a substância proibida furosemida em um exame antidoping feito no Troféu Maria Lenk, realizado em maio, no Rio de Janeiro. Além dele, campeão olímpico e mundial, outros três nadadores brasileiros também foram flagrados: Nicholas Santos, Vinícius Waked e Henrique Barbosa.
De acordo com nota da CBDA, divulgada em 1º de julho, os envolvidos declinaram do direito de realização da amostra B e definiram com precisão como o diurético entrou no organismo, o que comprovou que não houve aumento dos seus desempenhos, fato que não ocorreu nesta competição. Desta forma, a entidade optou apenas por uma advertência aos quatro atletas uma vez que não foi identificada culpa ou negligência por parte deles no episódio. O próprio Cielo, em nota oficial divulgada posteriormente, disse que "em nenhum momento fui imprudente ou negligente ou usei de imperícia". Por essa razão, o brasileiro poderá disputar o Mundial de Esportes Aquáticos, de 16 a 31 de julho, em Xangai. O mesmo não acontecerá com Henrique Barbosa e Nicholas Santos, que tinham obtido seus índices no Maria Lenk e tiveram seus tempos anulados.
A situação dos atletas, no entanto, ainda não está totalmente definida. Já que a Fina (Federação Internacional de Natação) resolveu recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para tomar uma decisão se os quatro devem ou não ser punidos pelo uso da substância, seguindo as regras das leis antidoping da Fina. Ainda não se sabe a data em que será divulgada a possível punição ou absolvição dos nadadores.
Dos quatro flagrados no exame, apenas Henrique Barbosa não faz parte do P.R.O 2016 (Projeto Rumo ao Ouro), idealizado por Cielo com vistas a Olimpíada do Rio de Janeiro. O nadador é também um dos destaques do Flamengo. No Troféu Maria Lenk, competição na qual os atletas foram flagrados, Cielo foi surpreendido pelo compatriota Bruno Fratus na prova dos 100 m nado livre, uma de suas especialidades, ficando em segundo. No entanto, levou ouro nos 50 m livre, 50 m borboleta e nos revezamentos 4x50 m livre, 4x100 m livre e revezamento 4x100 m medley. Todos os resultados dele e dos outros nadadores flagrados na competição foram cancelados.
Menos conhecido entre os quatro nadadores, Waked, 23 anos, já havia sido suspenso por dois meses ainda neste ano por uso da substância isometepteno. Na época, ele se defendeu alegando que utilizou um remédio para dor de cabeça.
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