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Cidades/Geral
Quarta - 06 de Julho de 2011 às 07:03
Por: JOANICE DE DEUS

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Pedro Alves/DC
Com a suspensão da greve dos trabalhadores da Educação, as atividades começam a se normalizar nas escolas estaduais de Mato Grosso. Em algumas delas, como a Nilo Povoas, no bairro Bandeirantes, em Cuiabá, alunos foram dispensados mais cedo por causa da falta de professores e da realização de reuniões para discutir o calendário de reposição das aulas e outras questões internas.

“Só tivemos uma aula. A greve acabou, mas muitos professores não vieram”, disse Patrícia Gonçalves, 17 anos, estudante do 2º ano do Nilo Povoas, que junto com a colega Lucilaine Pereira de Morais, 17, deixava a unidade às 9h30 para retornar para casa.

As alunas se mostravam preocupadas com o calendário de reposição de aulas. “Devemos ter aulas aos sábados e o problema é que os ônibus não aceitam o passe-livre nos fins de semana e feriados, o que poderá fazer com muitos alunos faltem”, comentou Patrícia Gonçalves.

A diretora da escola, Rosana Castilho, e o secretário, Marco Domingues, informaram que os estudantes foram liberados mais cedo porque os profissionais estavam reunidos para discutir a reposição das aulas. “Está sendo analisada a melhor forma de repor as aulas para que os alunos não tenham prejuízo e tenham garantidos os 200 dias letivos”, disse.

A diretora reconheceu que alguns profissionais retornaram para as salas de aula descontentes com o resultado da paralisação. “Vieram chateados porque as reivindicações não foram atendidas na amplitude”, disse. “O piso já está defasado e, independente da reposição, já existe perda”, completou Marco Domingues.

Quanto à preocupação dos estudantes em relação ao passe-livre, Rosana Castilho disse que após a elaboração, o novo calendário será encaminhado à Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos (MTU) para garantir o benefício aos sábados.

No geral, foram 29 dias de paralisação, dos quais 19 letivos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, a luta da categoria continua. “O governo agiu de forma antidemocrática ao substituir o diálogo pela judicialização do movimento. E, via Secretaria de Estado de Educação, não respeitou a classe dos trabalhadores da educação ao atentar contra os princípios democráticos, no intuito de intimidar a categoria, utilizando-se de instrumentos de coerção típicos de governos autoritários. Continuaremos a mobilização para garantir educação de qualidade e valorização profissional”, ressaltou o sindicalista por meio da assessoria de imprensa.

A categoria mantém o estado de greve com indicativo de nova paralisação para setembro, a fim de garantir a implantação do piso de R$ 1.312 e hora atividade para interinos, além de realizar vigílias no dia 17 de agosto, na Assembleia Legislativa, e no dia 12 de setembro, na Seduc, e criação do mote: “Está comprovado: existe recurso para pagamento do piso!”.

Em portaria (nº 347) publicada no Diário Oficial no último dia 27 de junho, a Seduc estabelece diretrizes para a readequação do calendário escolar, observando a necessidade de garantir a oferta de, no mínimo, 200 dias letivos em carga horária anual de, no mínimo 800 horas.

Conforme a Seduc, para a readequação a unidade deverá observar as seguintes orientações: utilizar no mínimo cinco dias úteis do recesso escolar entre semestres, usar os dias que antecedem e sucedem feriados e que, por ventura, não haviam sido incluídos no calendário original e os sábados para a reposição de aulas dos períodos matutino e vespertino, entre outros.





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