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Cidades/Geral
Terça - 05 de Julho de 2011 às 01:45
Por: RENÊ DIÓZ

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A modalidade de assalto apelidada de “novo cangaço” voltou ontem a ser praticada à risca, por volta do meio-dia, no Banco do Brasil (BB) da avenida principal de Nova Monte Verde (a 968 km de Cuiabá), cidade com apenas quatro policiais militares. Após atirarem dentro e fora da agência, em cerca de quarenta minutos a quadrilha rendeu funcionários e clientes como escudo humano, abriu o cofre, roubou dois veículos e fugiu neles com cerca de oito reféns. Até a noite a polícia não os alcançara. Sãos, os reféns foram liberados ao longo do caminho.

Perto da agência, pouco antes de meio-dia, a atendente de farmácia Lenir Silva, 38, ouviu um barulho. Ela e outros dois funcionários pensaram que um botijão de gás havia explodido na pizzaria ao lado. Saíram da farmácia para verificar e viram homens armados em frente à agência do BB. Um segundo tiro foi disparado e os funcionários se fecharam assustados com um cliente dentro da farmácia. Ficariam lá por cerca de uma hora, quando cessaram os tiros.

Para o comerciante C., de 58 anos, a tensão durou uma hora a mais. Ele dirigia sua moto pela avenida Mato Grosso quando estranhou a movimentação em frente ao BB localizado ao lado de sua pizzaria. Ao contrário de mais um dia de pagamento a aposentados, funcionários e clientes aglomeravam-se fora da agência. Aproximando-se, C. notou nervosismo nas pessoas e viu que estavam dominadas por homens armados. Bastou se aproximar mais um pouco e um dos cerca de sete homens encapuzados (com fuzis, metralhadoras e pistolas) impediu C. de entrar em sua pizzaria, mandando-o descer da moto e juntar-se ao grupo mantido fora da agência. Disparos de arma de fogo eram feitos pela quadrilha para dentro e fora da agência, mas não há notícia de feridos a bala. Enquanto isso, os dois vigias do banco já haviam sido rendidos e outros encapuzados abriam o cofre. Para se protegerem caso a polícia aparecesse, os assaltantes amarraram duas pessoas no capô de um dos carros para servir como escudo humano, tal como o paredão de aproximadamente 30 pessoas na frente do banco. A quadrilha demorou cerca de meia hora para abrir o cofre, mas logo saiu com dois veículos roubados (um Honda Civic preto e uma caminhonete S-10 branca). Dentro dos veículos e na caçamba da caminhonete, colocaram quantos reféns conseguiram, cerca de oito. Entre eles, funcionários do banco.

FUGA - Os veículos dispararam numa estrada com direção ao distrito de Paranorte e os assaltantes tentavam atirar nos pneus dos outros que passavam na estrada. Chegaram a parar um deles para que o motorista prestasse socorro a um refém idoso que passava mal.

Com ajuda dos reféns, a quadrilha tirou gasolina do carro e jogou sobre ele para incendiá-lo em cima de uma ponte de madeira. Uma parte da gasolina retirada foi guardada e três ou quatro reféns liberados.

A caminhonete avançou ainda mais na estrada e, enquanto isso, os bandidos tentavam acalmar os reféns. Segundo C., eles falavam até de maneira educada que não queriam machucar ninguém. “O negócio deles era com o banco”, conta C. Entretanto, os bandidos chegaram a demonstrar frustração em relação ao assalto. Perguntaram para um funcionário do banco, refém, quanto haveria dentro dos malotes que levaram. O funcionário disse que, no máximo, cerca de R$ 300 mil. A quadrilha almejava R$ 1 milhão.

Após mais alguns quilômetros, C. foi liberado com outro refém. Conseguiu carona na estrada e só chegou em casa por volta das 14h30. POLÍCIA – Na sequência, segundo a polícia, a quadrilha liberou os reféns restantes a 22 km da cidade, tomou a caminhonete de um trabalhador rural e seguiu a estrada com rumo a Juara ou Cotriguaçu. Até o fechamento desta edição, a polícia ainda estava no encalço dos bandidos.





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