A Brasil Foods (BRF) busca esclarecer conselheiros do Cade e colocar seus argumentos em prol da associação entre Sadia e Perdigão, nos moldes atuais da fusão, antes de partir para a formulação de uma eventual nova proposta, segundo uma fonte próxima das negociações.
Em uma nova proposta, a empresa eventualmente poderia abrir mão de alguns ativos para ver o negócio aprovado pelo órgão antitruste, após o conselheiro relator do processo ter rejeitado a operação da forma como ela está, apontando elevada concentração de mercados.
Até o momento, a BRF ainda não apresentou ao Conselho Administrato de Defesa Econônica (Cade) nenhuma proposta de mudança na estrutura da fusão Sadia-Perdigão para facilitar a aprovação do negócio, disse nesta segunda-feira a fonte, que prefere ficar no anonimato.
Representantes da empresa estão reunidos na tarde desta segunda-feira com os conselheiros do Cade que ainda não votaram no caso. Mas, por ora, a BRF só está apresentando a esses conselheiros os detalhes da operação, nos moldes atuais da fusão.
A fonte lembrou que o conselheiro Carlos Ragazzo (que já votou e foi contrário à fusão) teve um ano para analisar a operação, enquanto alguns conselheiros que ainda não votaram têm pouco mais de dois meses no Cade. A ideia, portanto, seria, antes de mais nada, dar a esses conselheiros uma ampla visão da fusão já negociada.
Após dois adiamentos seguidos, o Cade deve retomar o julgamento da BRF no dia 13 de julho. Por enquanto, a empresa ainda não formulou pedido para um novo adiamento, segundo a fonte.
Na terça-feira, uma audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara deve discutir o assunto. Foram convidados o relator do processo no Cade, Carlos Ragazzo, e o presidente da Brasil Foods, José Antonio Fay.
Por volta das 15h45 (horário de Brasília), as ações da BRF operavam praticamente estáveis, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,4%.
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