Políticos de Mato Grosso atuavam como "braços direitos" de republicano no órgão federal
Com Pagot, também caem ex-prefeito e ex-chefe da Iomat
A iminente "queda" do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, deve acabar "derrubando" alguns políticos locais indiciados pelo republicano que se instalaram no órgão federal. Os principais deles são o ex-prefeito de Rosário Oeste, Zeno Gonçalves, e o ex-chefe da Imprensa Oficial de Mato Grosso (Iomat), Claudiomiro Pires.
Ambos atuam em função estratégica junto ao gabinete de Luiz Antônio Pagot, em Brasília. Embora não tenham cargos de direção dentro da estrutura do Dnit, atuam como assessores especiais e são considerados "braços direitos" de Pagot.
A chefe de gabinete de Pagot é Franciele Leão, filha do empresário Paulo Leão, ex-assessor de Pagot. O empresário foi indiciado em 2008 pela Polícia Civil, através da Delegacia Fazendária, sob a acusação de fraudar licitações e manter contratos irregulares com a antiga Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
O caso na 15ª Vara Criminal de Cuiabá. A denúncia foi oferecida pela promotora Ana Cristina Bardusco Silva, da 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária.
Mensalão do PR
A presidenta Dilma Rousseff (PT) determinou, no último sábado (2) o afastamento do diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e mais três membros do alto escalão do Ministério dos Transportes, após a denúncia da existência de um esquema de propina instalado dentro do órgão, envolvendo empreiteiras e líderes do PR. O fato foi revelado pela Revista Veja desta semana.
Além do afilhado político do ex-governador Blairo Maggi (PR), foram afastados Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro dos Transportes; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro; e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec - estatal responsável pela administração da malha ferroviária brasileira.
O esquema denunciado baseava-se na cobrança de propina por parte do Partido da República, liderado pelo secretário nacional da sigla, deputado federal Valdemar Costa Neto. Os caciques republicanos exigiam, segundo a denúncia, de 4% a 5% dos valores fechados com empreiteiras em serviços de construção, reparação e manutenção de rodovias.
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