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Internacional
Domingo - 03 de Julho de 2011 às 21:59

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Milhares protestaram no Marrocos neste domingo para pedir mudanças democráticas profundas após a aprovação, na sexta-feira, de uma reforma constitucional para reduzir os poderes quase absolutos do rei Mohammed 6º.

O Movimento de 20 de Fevereiro, que organizou semanas de protestos para pedir mudanças na mais antiga monarquia do mundo árabe, denunciou a reforma constitucional como apenas um artifício e afirmou que sua aprovação por referendo, com 98% favorável foi uma farsa.

Mais de 5.000 pessoas marcharam pacificamente no fim da tarde em Casablanca, a grande metrópole econômica do país, pedindo "Dignidade e Liberdade!", constatou a AFP no local.

"Eu vim protestar contra uma Constituição que não muda nada e que reforça ainda mais os poderes do rei", declarou um dos manifestantes.

O protesto contou com um grande número de islamitas da associação Al Adl Wa Ihssan (Justiça e Caridade, proibida mas tolerada pelas autoridades).

O protesto foi acompanhado por um forte dispositivo policial e mudou de rota para evitar eventuais confrontos.

Em Rabat, cerca de mil pessoas protestaram com uma passeata pela avenida que leva ao Parlamento sob os gritos de "estamos aqui por um futuro melhor".

O Movimento 20 de Fevereiro pediu o boicote do referendo constitucional, do mesmo modo que três pequenos partidos de esquerda.

A nova Carta, revisada por um comitê convocado por ordem do rei, concede poderes executivos ao premiê e permite que ele escolha embaixadores, ministros e governadores de província. O primeiro-ministro passará a ter também o poder de dissolver a câmara baixa do Parlamento.

O monarca, porém, manterá o controle nos campos militar e religioso. Também caberá a ele escolher o premiê entre os integrantes do partido que vencer o pleito parlamentar -e tanto a dissolução da câmara baixa quanto a escolha dos governadores terão de ser aprovadas por ele.

A rigor, a monarquia marroquina apenas deixa de ser absoluta, como é hoje na prática, para ser constitucional. A família real marroquina está há quase quatro séculos no poder -é a maior longevidade do mundo árabe.






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