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Sábado - 02 de Julho de 2011 às 18:29
Por: ISA SOUSA

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Delegado Pieroni, que é acusado de tentar manipular inquérito em favor do empresário Josino
Delegado Pieroni, que é acusado de tentar manipular inquérito em favor do empresário Josino

O juiz da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso, Paulo César Sodré, vai anunciar, em 30 dias, a sentença do delegado afastado da Polícia Civil, Márcio Pieroni, e do empresário Josino Guimarães, acusados de "tumultuar" o processo que apura o assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral.

O magistrado foi encontrado com o corpo parcialmente carbonizado, no Paraguai, em 1999. Josino é apontado como o mandante do assassinato e Pieroni teria manipulado o inquérito para beneficiar o empresário, durante as investigações sobre o caso.

Além do delegado e do empresário, também são réus Cloves Luiz Guimarães, irmão de Josino e amigo de Pieroni, o policial Gardel Tadeu Ferreira de Lima e o detento Abadia Paes Proença.

De acordo com investigações, o grupo teria tramado para dar como verdadeira a informação de que o magistrado estaria vivo e morando na Bolívia.

Durante esta semana, a Justiça Federal realizou as audiências oitivas. No início, foram arroladas 17 testemunhas, porém dez foram dispensadas pela própria defesa de Josino, advogado Waldir Caldas.

Na ocasião, Caldas afirmou que o procedimento foi realizado porque as testemunhas eram abonatórias. Apesar disso, duas pessoas bastante citadas durante as primeiras oitivas foram intimadas - uma delas, o dentista de Leopoldino, Afonso Hideo Yamamoto, que confirmou que a arcada dentária vinda do Paraguai era mesmo do juiz.

Revogação das prisões

Agora, com o término da instrução do processo, o objetivo dos advogados de Pieroni, Sebastião Monteiro, e de Josino, Waldir Caldas, é pedir a revogação das prisões. Os dois foram os únicos presos, no dia 9 de maio, devido ao processo.

Monteiro entrou, na sexta-feira (1°), com o pedido junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na quinta-feira (30),  durante a oitiva, Pieroni voltou a negar que tenha tentado tumultuar o processo.

"Não há mais necessidade de Pieroni ficar preso, uma vez que ele não tem como tumultuar um processo que fase de instrução já passou", disse o advogado.

Caldas não foi localizado, porém, na quinta-feira, após a audiência, o advogado afirmou que faria o mesmo procedimento.

No caso de Josino, a prisão ocorreu por dois processos - neste, em que é réu por tentativa de farsa, e um segundo, onde é réu e apontado como o mandante do assassinato. Portanto, caso consiga a revogação de uma prisão e da outra não, o empresário continuará preso.

As defesas de Pieroni e Josino vêm tentando, desde maio, a revogação das prisões, porém sem sucesso.

Crimes

De acordo com o Ministério Público Federal, nove crimes pesam contra Josino e Pieroni: fraude processual, falsidade ideológica, quebra de sigilo funcional, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, desobediência, violação de sepultura, formação de quadrilha, uso de documentos falsos e denunciação caluniosa.

O crime de desobediência é atribuído apenas à Pieroni, que responde por todos os nove crimes






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