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Sábado - 02 de Julho de 2011 às 12:41
Por: ALECY ALVES

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Geraldo Tavares/DC
Policiais espalharam comunicados com orientações sobre como proceder para não atender ocorrências
Policiais espalharam comunicados com orientações sobre como proceder para não atender ocorrências
A greve dos investigadores e escrivães da Polícia Civil, apesar da manutenção dos 30% determinados pela legislação, afetou praticamente todos os serviços da segurança pública na Grande Cuiabá. Ontem, primeiro dia de paralisação, apenas o policiamento ostensivo permaneceu inalterado por se tratar de atribuição da Polícia Militar. Entre as orientações repassadas aos grevistas pelos sindicatos das duas categorias estão “não atender ao rádio, a não ser nos casos de prisões em flagrante e remoção de cadáveres de vias públicas ou residências e, eventualmente, outras situações a critério do bom senso”.

Nos Centros Integrados de Segurança (Cisc), a reportagem do Diário apurou que as equipes plantonistas atendem exclusivamente os casos de prisões em flagrante delito, ou seja, as ocorrências envolvendo presos que chegam nessas unidades levados por policiais militares.

Nem mesmo os Termos Circunstanciados de Ocorrência, procedimento aplicado para ocorrências de menor potencial ofensivo, como lesões corporais leves, ameaças, brigas de vizinhos, dependência química, estão sendo elaborados.

Nas delegacias que funcionam dentro dos Ciscs o trabalho dos investigadores e escrivães se restringe à abertura e conclusão de inquéritos decorrentes das prisões em flagrante delito. Essa preocupação tem a ver com prazo, de 10 dias, determinação pela lei para que esses inquéritos sejam protocolados na Justiça.

Já nas unidades policiais que trabalham com apuração de crimes que não envolvem acusados presos ou inquéritos que retornaram da Justiça para complementar as investigações está tudo parado. Os acusados e testemunham que estavam intimadas para depor foram dispensadas, o que deve acontece enquanto durar a greve.

O movimento grevista atingiu também a Central de Ocorrências, sediada na avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), para onde vão as pessoas que são vítimas de furtos e roubos com o objetivo de fazer o boletim. Ontem, apenas um dos três investigadores lotados no atendimento ao público apareceu para trabalhar, cumprindo assim os 30% previstos na escala elaborada pelo movimento grevista.

Além dele, duas estagiárias trabalharam no registro de queixas. As vítimas de ocorrências consideradas mais simples, como extravio de documentos, cartões de crédito e os chamados furtos por descuido (leva algo de uma loja ou de alguém na rua, por exemplo) estão sendo orientadas a fazer queixa pela internet, na Delegacia Virtual.

Os grevistas passaram o dia concentrados na sede do Sindicato dos Investigadores (Siagespoc) organizando manifestações para a próxima semana, enquanto esperavam uma contraproposta do governo do Estado, o que não aconteceu, segundo a presidente do Sindicato dos Escrivães, Genima da Silva Almeida. O governador Silval Barbosa, que está viajando, avisou, em uma entrevista antes de seguir viagem, que não negociará com nenhuma categoria que estivesse parada.

Os investigadores e escrivães reivindicam equiparação salarial gradativa com os peritos criminais, o que corresponderia a um salário de ingresso de R$ 3.460 com possibilidade de chegar a R$ 10 mil para aqueles que estão lotados como “Classe Especial”.





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