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Internacional
Sexta - 01 de Julho de 2011 às 21:48

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Mais de meio milhão de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em Hama, no centro da Síria, para pedir liberdade, o que constitui "a maior manifestação" desde o início do movimento de contestação no país, afirmaram militantes no local.

As forças de segurança reprimiram com violência as manifestações realizadas em todo o país, matando pelo menos seis pessoas e deixando 12 feridos. A diplomacia americana alertou que o "tempo urge" para o governo.

O número de vítimas pode aumentar, uma vez que a agência de notícias Associated Press estima que 14 manifestantes morreram.

"Mais de 500 mil pessoas" protestaram nesta sexta-feira em Hama, cidade situada 210 km ao norte de Damasco, assegurou o presidente do Observatório sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel-Rahmane, segundo o qual esta foi a "maior manifestação desde o início da Revolução na Síria", no dia 15 de março.

Um dos militantes havia dito anteriormente por telefone à AFP que manifestantes "vindos de todos os bairros estavam reunidos na Praça Al-Assi", tradicional ponto de encontro daqueles que protestam contra o regime. A manifestação se estende por "mais de um quilômetro" e nenhuma presença das forças de segurança foi constatada, indicou.

Os participantes deste ato bradavam frases de ordem contra o regime, pedindo liberdade, podia-se ouvir pelo telefone.

Em Homs, "mais de 100 mil pessoas participaram hoje das manifestações em vários bairros" desta cidade situada 160 km ao norte da capital síria, contou um militante dos Direitos Humanos.

Três manifestantes foram mortos em Homs pelas forças de segurança, afirmou o chefe da Organização Nacional dos Direitos Humanos, Ammar Qorabi, com sede no Egito.

"Tanques do Exército penetraram no bairro de Baba Amr", declarou o chefe do Observatório sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel-Rahmane.

Um outro militante indicou "a chegada de tanques do Exército nas imediações do bairro de Bab Sebaa".

Já a televisão oficial síria informou que dois membros das forças de ordem tinham ficado feridos em Homs.

Dois manifestantes também foram mortos a tiros "pelas forças de ordem" nesta sexta-feira em Damasco, no bairro de Qadam, e um outro em Daraya, próximo à capital, segundo Ammar Qorabi.

Enquanto isso, dezenas de milhares de manifestantes participaram de passeatas depois de deixar mesquitas em Deir Ezzor (leste) e na região de Jabal al-Zawiya (noroeste), palco de uma ofensiva do Exército desde terça-feira, afirmou o presidente da Liga Síria dos Direitos Humanos Abdel-Karim Rihaui.

Em Salamié, a sudeste de Hama, cerca de 10 mil pessoas protestaram, exibindo cartazes vermelhos e gritando "Fora! Fora!".

Como em todas as semanas, os militantes sírios pela democracia tinham convocado por meio Facebook uma nova jornada de manifestações para esta sexta-feira batizada "Fora!", uma mensagem destinada ao presidente Bashar Assad.

Milhares de pessoas se reuniram também na província de Idleb (noroeste) e nas regiões curdas do Nordeste, em Amuda e em Hassaké. Em Alep, segunda maior cidade da Síria, as forças de ordem prenderam três manifestantes.

Explosões foram ouvidas nesta sexta-feira de manhã no bairro de Raml al-Chamali, em Lattaquié, cidade portuária do noroeste, assegurou um militante que pediu para não ser identificado.

A televisão oficial síria divulgou imagens de manifestações em favor do chefe de Estado nas cidades de Alep (norte) e de Sueida (sul). As pessoas presentes agitavam bandeiras sírias e bradavam: "Deus, a Síria, Bashar e isso é tudo".

"O TEMPO URGE"

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, denunciou "a incoerência" do poder sírio, que autorizou uma reunião de opositores na segunda-feira em Damasco, antes de efetuar novas repressões.

"Estou magoada com as recentes informações sobre a manutenção da violência na fronteira (com a Turquia) e em Alep, onde manifestantes foram abatidos, atacados a facadas por grupos organizados pelo governo e pelas forças de segurança", disse.

"É perfeitamente evidente que o tempo urge para o governo sírio", acrescentou Hillary, pedindo ao regime do presidente Bashar Assad escolha entre "um processo político sério" e "uma resistência cada vez mais organizada."

"Queremos atos, não palavras, e não vimos o bastante", concluiu a secretária, cujo país estendeu na quarta-feira para os serviços de segurança suas sanções visando contra a Síria.






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