Um casal de gays de Itapetininga (SP), após três anos de espera, recebeu da Justiça o direito de adotar filhos. Através do Cadastro Nacional de Adoção, eles foram levados a Sumidouro (RJ), onde cinco irmãos viviam no abrigo municipal após diversos conflitos com a família. Dispostos a adotar até duas crianças, eles acabaram pedindo a guarda dos cinco, com idades entre 4 e 10 anos. O juiz da comarca local, Josimar de Miranda Andrade, atendeu o pedido na última quinta-feira.
Segundo o magistrado, a Justiça havia concedido aos gays a guarda temporária dos meninos, que passaram o último Natal com o casal em São Paulo. Uma equipe de profissionais nomeada pelo juiz acompanhou a situação, e a boa relação de ambas as partes foi fundamental para a decisão. "Nunca tivemos uma informação desagradável. Depois que o Supremo decidiu, não tive mais porque negar a adoção. Estamos dando uma oportunidade a essas crianças de ter um lar e uma vida", afirmou ele.
Andrade disse também que os pais biológicos das crianças concordaram com a adoção e admitiram problemas com bebidas alcoolicas. "Eu tive cautela para decidir. Mantive contato com o juiz de Itapetininga, que conhecia o casal. Eles chegaram aqui habilitados e com boas credenciais", afirmou. Na nova residência, os irmãos estão recebendo acompanhamento psicológico e ganharam novos documentos com os sobrenomes dos pais adotivos.
Pela legislação do País, o estado civil e a preferência sexual não são determinantes para autorizar ou não a adoção. Os pretendentes devem ter mais de 18 anos e ser pelo menos 16 anos mais velho que o adotado, além de comprovar que possuem condições materiais de sustentar a criança e possuir idoneidade moral.
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