Mães não conseguem fazer teste da orelhinha pelo SUS

O Centro de Especialidades Médicas (CEM), conhecido como Postão, em Várzea Grande, está há mais de um mês sem fonoaudiólogos para realizar o teste da orelhinha, que é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e obrigatório para os recém-nascidos. Sem previsão de voltar a oferecer o serviço, a opção para quem tem condições financeiras é pagar pelo teste ou correr o risco de descobrir anos depois, alguma doença auditiva, ou até a perda total da audição que poderiam ser evitadas com o teste que na rede particular custa entre R$ 60 e R$ 70.

Mães e pais que procuram o Postão para os exames obrigatórios a todos os recém-nascidos e que por lei devem ser oferecidos pela rede pública, estão conseguindo fazer apenas o teste do pezinho. Quanto ao teste da orelhinha, são informados de o atendimento está suspenso sem previsão de ser retomado. No local, as atendentes explicam que a melhor opção é pagar pelo teste e chegam a oferecer cartões de duas fonoaudiólogas que atendiam no local pelo SUS. Ambas oferecem desconto de 50% em seus consultórios particulares, mas apenas para pacientes que procuram o Postão.

A fonoaudióloga Magali Donoso Facheti, da Clínica Integrada Vida, deixou de atender pelo SUS no Postão porque acabou a cota de contrato. Diz ainda que está sem receber os pagamentos de 4 meses e aguarda o novo secretário de saúde Fabio Saad (PTC) para regularizar a situação e renovar o contrato. Ela confirmou que na clínica cobra R$ 70 pelo teste, mas para pacientes do SUS deixa por R$ 30.

Outra médica que deixou de atender no Postão, pelo rede pública há 30 dias é Suse Menegueti. Ela informou ao GD que aguarda a nova gestão da saúde municipal se organizar para ter seu contrato renovado. Ela presta serviço no local há seis anos e garante que a cada 2 anos acontece essa suspensão temporária do teste da orelhinha. Em sua clínica, também é concedido desconto aos usuários que não conseguem fazer pelo SUS, neste caso, também é preciso desembolsar R$ 30 para o teste.

O teste da orelhinha é o método para detectar perdas auditivas em recém-nascidos. O exame é realizado por uma fonoaudióloga, na maternidade, aproximadamente 48 horas após o nascimento. Tem a duração de 3 a 5 minutos, e é realizado preferencialmente com o bebê dormindo. Não tem nenhuma contra-indicação e não utiliza agulhas, sedação ou eletrodos. Suse explica que através dele, eventuais problemas são detectados no início e assim, torna-se mais fácil de reabilitação precoce que propiciará à criança um desenvolvimento de fala e linguagem próximo da normalidade.

Outro lado: o secretário Fábio Saad, disse ao GD que não existe prazo para o retorno do teste da orelhinha no Postão, pois o contrato da empresa anterior venceu no dia 17 de junho. Informou que encaminhou há 15 dias para a Procuradoria Municipal pedido para realizar um novo processo licitatório, e caso a Clínica Integrada Vida, ganhe o certame, voltará a oferecer o serviço. Sobre os 4 meses de pagamentos atrasados da Magali Donoso Facheti, disse que não ocorreu em sua gestão, pois assumiu o cargo recentemente