Abílio rebate Casino e diz que fusão com Carrefour é legal
O empresário Abílio Diniz, do grupo Pão de Açúcar, publicou comunicado nos jornais desta sexta-feira afirmando que as negociações envolvendo o Carrefour "foram conduzidas de forma absolutamente legítima, de acordo com a legislação brasileira, os acordos de acionistas e os princípios da ética comercial".
O comunicado é uma resposta ao que chamou de "graves e infundadas acusações" feitas pela rede francesa Casino.
Na última quarta-feira (29) o Casino, maior acionista da Companhia Brasileira de Distribuição, publicou anúncio afirmando que Abílio Diniz ignora deliberadamente a ética comercial e age de forma ilegal ao tentar a fusão com o Carrefour.
"O eventual negócio entre Pão de Açúcar e Carrefour envolvendo não só a combinação das operações brasileiras, mas também o mercado internacional, despertou o interesse de investidores que enxergaram uma grande oportunidade, o que ensejou a apresentação, no último dia 27, de uma proposta", diz o empresário no comunicado.
Abílio Diniz afirma ainda que os acordos firmados com os investidores do Pão de Açúcar não vedam "simples negociações" --exigem apenas, diz, que sigam os trâmites previstos nos documentos.
Na nota de quarta-feira, o Casino afirmava que já havia negociado com Diniz o direito de controlar a companhia a partir de 2012. Desde que começaram os rumores de fusão com o Carrefour no Brasil, o Casino vem fazendo duras críticas ao comportamento de Diniz e chegou a recorrer a tribunais internacionais. "Trata-se de proposta estruturada em conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as disposições do acordo de acionistas que regem a Companhia Brasileira de Distribuição e, indiretamente, expropriar do Casino os direitos de controle adquiridos e pagos no ano de 2005", afirmaram os franceses.
"Ao conduzir estas negociações, o Carrefour e o sr. Abílio Diniz ignoram deliberadamente tanto a lei e os contratos quanto os princípios fundamentais da ética comercial", atacaram.
ATAQUES
No comunicado de hoje, Abílio rebate a crítica, dizendo que pretende ver a proposta de fusão "regularmente" analisada pela companhia e por seus acionistas --"inclusive o Casino". "Até agora, o Casino se ateve, precipitada e emocionalmente, a condenar uma operação sem qualquer análise", ataca.
"A questão principal, da qual não se deve desviar o foco, é a seguinte: a operação é ou não boa para o Pão de Açúcar?" questiona.
O empresário também afirma que o objetivo da proposta é tornar o grupo mais eficiente, lucrativo e com uma governança mais moderna, ou seja, "melhor para todos os seus colaboradores, acionistas, administradores e consumidores".
Ele finaliza o comunicado dizendo que se compromete a defender "sempre" os interesses do Pão de Açúcar e de seus acionistas.
Ontem, Abílio prometeu, no Twitter, revelar toda a história por trás das conversas tidas durante as negociações. "Tenho fé em Deus e acredito no meu trabalho. Tudo vai acabar bem e em breve contarei toda a história", afirmou o empresário.
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