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Sexta - 01 de Julho de 2011 às 00:29
Por: RENÊ DIÓZ

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Os advogados de defesa do delegado Márcio Pieroni e do empresário Josino Guimarães entrarão com pedido de revogação das prisões de ambos a partir de hoje. O anúncio foi feito na noite de quarta-feira, com o término da instrução do processo na Justiça Federal no qual Pieroni, Josino e outras três pessoas são acusados de armar uma investigação falsa na tentativa de livrar Josino do júri popular a que será submetido como mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, cujo corpo foi encontrado semi-carbonizado no Paraguai em 1999.

Segundo os advogados Waldir Caldas e Sebastião Monteiro, não há mais motivos para que seus clientes continuem presos. Eles foram presos no dia 9 de maio a pedido do Ministério Público Federal (MPF) com base nos indícios de tentativa de tumultuar o processo do caso Leopoldino. Desde então, têm tentado habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça sem sucesso. Outros acusados são Cloves Luiz Guimarães, irmão de Josino, o detento Abadias Paes Proença e o investigador de polícia Gardel Tadeu Ferreira de Lima.

Segundo o MPF, nove crimes pesam contra eles, variando de acordo com o réu: fraude processual, falsidade ideológica, quebra de sigilo funcional, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, desobediência, violação de sepultura, formação de quadrilha, uso de documentos falsos e denunciação caluniosa. O crime de desobediência é atribuído somente a Pieroni, que responde por todos os nove crimes.

Caldas – defensor de Josino tanto no processo em que é réu como mandante do assassinato do magistrado quanto no processo referente à tentativa de farsa – deve entrar com pedido de revogação da prisão nos dois processos. O detalhe é que, mesmo se a Justiça for favorável ao pedido no segundo processo, o empresário pode continuar preso por efeito do primeiro processo, pelo qual já foi pronunciado pela Justiça.

O empresário nega todas as acusações assim como o delegado Márcio Pieroni, segundo seu advogado Sebastião Monteiro, que também deve pedir a revogação da prisão de seu cliente ainda hoje, uma vez que ele não tem como tumultuar um processo cuja fase de instrução se encerrou.

Já segundo o MPF, o delegado se calou diante de quase todas as perguntas feitas ontem pelo juiz federal Paulo Cezar Sodré, e os demais depoimentos basicamente confirmaram o que a acusação já imputava aos réus. O represente do MPF também observou que as declarações de Abadia comprometeram ainda mais a situação dos réus como um todo.

Sodré explicou que, com o fim da fase de instrução, agora falta pouco para uma sentença (que deve ser dada em até 30 dias). O MPF solicitou informações da Polícia Civil e de uma rede de televisão que entrevistou o detento Abadia numa delegacia falando sobre o caso. Ele teria ido à delegacia exclusivamente para isso. O MPF também pediu informações referentes a ligações telefônicas interceptadas e que ajudaria a explicar como começou a tentativa de farsa sobre o caso Leopoldino. O juiz morreu após ter se notabilizado denunciando um esquema de venda de sentenças no Judiciário de Mato Grosso que tinha Josino como principal lobista. Dois exames de DNA confirmaram que o corpo encontrado em Concepción (Paraguai) em 1999 era do juiz, mas Pieroni tentou conduzir um outro inquérito no qual surgiram dúvidas a respeito da materialidade do crime. O MPF aponta que os indícios são falsos. O investigador afastado Gardel, réu que responde ao processo em liberdade, atuou nesta segunda investigação, mas não quis comentar seu depoimento à imprensa, assim como o irmão de Josino, Cloves.






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