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Ex-militares Hércules Araújo e Célio Alves são condenados pela morte de Mauro Manhoso, supostamente a mando de Arcanjo
Mais 16 anos de prisão à dupla que matou empresário
Marcos Lopes/DC
Defesas pensam em recorrer, o que ocorrerá com os réus presos e, possivelmente, longe de Mato Grosso
O Tribunal do Júri condenou ontem, a 16 anos de prisão em regime fechado, os ex-policiais militares Célio Alves de Souza e Hércules Araújo Agostinho, pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Manhoso, ocorrido em 2000. A decisão da sentença levou em conta as qualificadoras do homicídio, cometido mediante pagamento e sem possibilidade de defesa para a vítima.
Conforme a acusação, Manhoso morreu em Cuiabá por nove disparos de arma de fogo. Um entregador de água, testemunha ocular no processo, relatou que dois homens numa motocicleta foram responsáveis pela execução. O Ministério Público Estadual (MPE) relatou que era Hércules quem pilotava, enquanto Célio disparava contra Manhoso em frente à empresa de software para bingos que a vítima mantinha.
Os pistoleiros teriam sido contratados por R$ 8 mil pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Chefe da contravenção no Estado, o MPE apontou que Arcanjo não admitia a concorrência de Manhoso, que ganhava espaço com sua “raspadinha” premiada em detrimento ao jogo do bicho.
No julgamento ontem, além das falas do MPE e das declarações dos próprios réus, duas testemunhas foram ouvidas pela manhã. Um dos sócios de Manhoso confirmou a existência da raspadinha, enquanto a namorada do empresário disse desconhecer seus assuntos profissionais. A testemunha ocular, que hoje reside em outro Estado, e a ex-esposa de Manhoso não compareceram ao julgamento.
De tarde, iniciaram-se os debates perante os sete jurados, todos homens. O debate não contou com réplica ou tréplica, conforme bem haviam combinado defesa e acusação. Defesa de Hércules, o advogado Jorge Godoy se delongou enfatizando que a testemunha ocular relatou ter visto “dois homens morenos e fortes” na motocicleta – Hércules, insistiu o advogado, é branco e magro. Mas Godoy também voltou as atenções para o fato de que, quatro anos após o crime, Hércules teria confessado sua participação no caso, assim como a de Célio.
O ex-cabo fez a mesma coisa em relação a outros processos nos quais responde como integrante do “braço armado” de Arcanjo, voltando atrás sempre sob a alegação de que foi coagido. Antes da autoimputação de Hércules, afirmou seu advogado, a polícia investigava o caso feito “barata tonta”. Godoy criticou o MPE por ter se aproveitado da fala de Hércules para dar autoria ao caso enquanto desconsiderava o direito do ex-cabo às benesses da delação premiada. Após o julgamento, Godoy anunciou que, embora ainda fosse analisar o caso, provavelmente recorrerá da sentença.
Ainda nos debates, o advogado de Célio, Waldir Caldas, questionou a existência da chamada raspadinha, pois diversas testemunhas ouvidas pela polícia sequer mencionaram-na, como a ex-esposa e a namorada de Manhoso. Para Caldas, o processo correu paralelo a uma campanha midiática contra os réus que comprometeu o pensamento dos jurados.
Caldas deve recorrer em até cinco dias, pedindo a nulidade do julgamento porque o MPE argumentou com base em crimes antigos dos réus cujos processos não foram juntados. Os réus recorrem presos.
O promotor João Gadelha não falou com a reportagem após o julgamento. Só familiares de Célio acompanharam o júri ontem. No final, uma irmã em prantos chegou a pedir à juíza Mônica Catarina Perri para abraçar Célio. Sem resposta da juíza, Célio pediu para a família se retirar e “não ficar se humilhando aí”. Hércules já cumpre pena superior a cem anos de prisão. Os crimes pelos quais Célio responde já somam pena superior a 80 anos de prisão.
Conforme a acusação, Manhoso morreu em Cuiabá por nove disparos de arma de fogo. Um entregador de água, testemunha ocular no processo, relatou que dois homens numa motocicleta foram responsáveis pela execução. O Ministério Público Estadual (MPE) relatou que era Hércules quem pilotava, enquanto Célio disparava contra Manhoso em frente à empresa de software para bingos que a vítima mantinha.
Os pistoleiros teriam sido contratados por R$ 8 mil pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Chefe da contravenção no Estado, o MPE apontou que Arcanjo não admitia a concorrência de Manhoso, que ganhava espaço com sua “raspadinha” premiada em detrimento ao jogo do bicho.
No julgamento ontem, além das falas do MPE e das declarações dos próprios réus, duas testemunhas foram ouvidas pela manhã. Um dos sócios de Manhoso confirmou a existência da raspadinha, enquanto a namorada do empresário disse desconhecer seus assuntos profissionais. A testemunha ocular, que hoje reside em outro Estado, e a ex-esposa de Manhoso não compareceram ao julgamento.
De tarde, iniciaram-se os debates perante os sete jurados, todos homens. O debate não contou com réplica ou tréplica, conforme bem haviam combinado defesa e acusação. Defesa de Hércules, o advogado Jorge Godoy se delongou enfatizando que a testemunha ocular relatou ter visto “dois homens morenos e fortes” na motocicleta – Hércules, insistiu o advogado, é branco e magro. Mas Godoy também voltou as atenções para o fato de que, quatro anos após o crime, Hércules teria confessado sua participação no caso, assim como a de Célio.
O ex-cabo fez a mesma coisa em relação a outros processos nos quais responde como integrante do “braço armado” de Arcanjo, voltando atrás sempre sob a alegação de que foi coagido. Antes da autoimputação de Hércules, afirmou seu advogado, a polícia investigava o caso feito “barata tonta”. Godoy criticou o MPE por ter se aproveitado da fala de Hércules para dar autoria ao caso enquanto desconsiderava o direito do ex-cabo às benesses da delação premiada. Após o julgamento, Godoy anunciou que, embora ainda fosse analisar o caso, provavelmente recorrerá da sentença.
Ainda nos debates, o advogado de Célio, Waldir Caldas, questionou a existência da chamada raspadinha, pois diversas testemunhas ouvidas pela polícia sequer mencionaram-na, como a ex-esposa e a namorada de Manhoso. Para Caldas, o processo correu paralelo a uma campanha midiática contra os réus que comprometeu o pensamento dos jurados.
Caldas deve recorrer em até cinco dias, pedindo a nulidade do julgamento porque o MPE argumentou com base em crimes antigos dos réus cujos processos não foram juntados. Os réus recorrem presos.
O promotor João Gadelha não falou com a reportagem após o julgamento. Só familiares de Célio acompanharam o júri ontem. No final, uma irmã em prantos chegou a pedir à juíza Mônica Catarina Perri para abraçar Célio. Sem resposta da juíza, Célio pediu para a família se retirar e “não ficar se humilhando aí”. Hércules já cumpre pena superior a cem anos de prisão. Os crimes pelos quais Célio responde já somam pena superior a 80 anos de prisão.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/85593/visualizar/
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