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Sexta - 27 de Setembro de 2013 às 06:53
Por: THIAGO ANDRADE

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RONALDO MAZZA
Roberto França não escondeu a emoção ao cumprimentar Homero Pereira, que foi citado por José Riva como a maior liderança
Roberto França não escondeu a emoção ao cumprimentar Homero Pereira, que foi citado por José Riva como a maior liderança
O deputado federal Homero Pereira (PSD) anunciou oficialmente sua despedida da vida pública, após 23 anos dedicados à política. O social-democrata luta contra um câncer, descoberto no início do ano. Mesmo com 14 quilos a menos do que no começo do tratamento, ele se mostra confiante de que vencerá a doença. 


O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na presidência da Assembleia Legislativa. Emocionado, o secretário-geral do PSD no Estado, deputado José Riva (PSD), lembrou dos feitos do correligionário, a quem considera a maior liderança mato-grossense no setor do agronegócio, ao lado do senador Jonas Pinheiro, falecido em 2008. 


“É uma pessoa que fez muito por Mato Grosso. Em todos os lugares em que passei a população reconhece seu legado. Ninguém nunca fez tanto pelo agronegócio quanto o deputado Homero e o senador Jonas Pinheiro”, disse. 


Embora só tenha divulgado ontem, Homero teve a aposentadoria publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (20). “Tomei essa decisão há 21 dias, quando fui a São Paulo fazer uma avaliação e os médicos decidiram que meu tratamento será mais prolongado do que o esperado”, explicou. 


Segundo ele, o tumor no estômago foi considerado atípico, tendo em vista que os protocolos normais de tratamento não estão dando os resultados aguardados. Uma amostra foi colhida e encaminhada para analises clínicas nos Estados Unidos. O objetivo é identificar o tratamento correto. “Infelizmente, tudo o que fizemos até agora não deu resultados”. 


O deputado relatou que já fez 15 sessões de quimioterapia, além de duas cirurgias e, mesmo assim, não a doença não regrediu conforme a expectativa dos médicos. “Preciso, mais do que nunca, concentrar as energias que tenho. Embora esteja 14 kg mais magro, ainda tenho muita energia e vou concentrá-la no meu tratamento”, disse. 


Para a decisão de se aposentar, pesou o fato de as discussões para o orçamento do ano que vem terem se iniciado no Congresso. Homero afirmou que não queria gerar expectativas e prejudicar o Estado. Isso porque Mato Grosso possui oito cadeiras na Câmara Federal, mas, desde fevereiro, apenas sete parlamentares atuam, já que, em caso de doença, o suplente não pode assumir o mandato do titular. 


Homero contou ter conversado com seu substituto, o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes (PT), sobre o assunto, mas garante que em momento algum se sentiu pressionado a deixar o cargo diante do posicionamento do petista de que só assumiria a vaga se fosse de forma definitiva. “Foi por uma orientação médica”. 


O social-democrata pontuou ainda que, na política, os homens se sentem poderosos demais e acabam não enxergando a realidade. “A maior lição é nossa limitação. De nada adianta ter mil e um projetos, se não tiver saúde”, disse. 


O parlamentar não tem participado sequer das reuniões partidárias. Segundo ele, o foco está em sua saúde. “Estou lutando pela vida e minha prioridade é essa. Preciso recuperar minha saúde. Conto com essa corrente de orações e tenho certeza que vamos encontrar uma solução”, disse emocionado, especialmente ao citar a família. 



Em uma breve análise de sua trajetória na Câmara Federal, Homero citou que o grande marco de seu mandato foi a aprovação do Código Florestal. 


Disse ainda ter ficado lisonjeado com a homenagem do colega, o deputado Nilson Leitão (PSDB), que sugeriu que a PEC 215 receba o nome de Homero Pereira. Revelou, no entanto, acreditar ser difícil que a propostas seja aprovada. Ela transfere do Poder Executivo ao Legislativo a atribuição de homologar terras indígenas. 


Homero, que já foi deputado estadual, secretário da Agricultura, presidente da Famato, superintendente da Conab e deputado federal por dois mandatos, também apontou o deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) com o melhor nome para ser seu substituto. 


Riva, no entanto, disse crer que Zé Domingos deve preferir tentar a reeleição. Deste modo, o partido trabalha a possibilidade de o presidente da Famato, Rui Ramos, ser candidato a uma das oito vagas na Câmara Federal. 


O ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França (DEM), também esteve na coletiva. Emocionado, cumprimentou o colega de Assembleia Legislativa, quando ambos foram deputados estaduais, em 1990. 





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