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Nacional
Quarta - 29 de Junho de 2011 às 09:45

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Alvo de uma onda de protestos organizados em redes sociais como Twitter e Facebook, a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), afirmou que as manifestações são só "virtuais" e não têm representatividade popular. 

"Na vida real da cidade, a gente percebe que esse movimento não existe. Existe, sim, na internet. Mas sempre fica aquela dúvida sobre quantos usuários são reais e quantos são fakes [falsos]", disse Micarla à Folha.

O movimento Fora, Micarla" se inspirou na Primavera Árabe, série de protestos contra governantes do norte da África e do Oriente Médio potencializada pela internet.

Neste mês, a Câmara Municipal de Natal ficou 11 dias invadida por manifestantes, em sua maioria estudantes, que pediam uma investigação sobre contratos de aluguéis da prefeitura. Eles se preparam ainda para coletar assinaturas para formalizar um pedido de impeachment.

Para Micarla, a "primavera potiguar" foi motivada, principalmente, porque a prefeitura decretou a gratuidade da carteirinhas de estudantes e porque o PT, que foi derrotado por ela em 2008 e apoia o movimento, "ainda não desceu do palanque".

"No Brasil, há empresas que vendem carteirinhas e usam o movimento estudantil [responsável pela emissão] como fachada. Isso criou uma insatisfação", disse.

Para o estudante de direito Tiago Aguiar, 29, que participa do movimento e está produzindo um documentário sobre ele, Micarla "inventa motivos" porque não tem argumentos para defender sua gestão diante das críticas.

"Há uma insatisfação geral e real contra ela. Conseguimos reunir 2.000 pessoas num protesto. Isso numa cidade sem histórico de ativismo popular", afirmou.

Sobre as críticas ao PT, a deputada federal Fátima Bezerra (PT-RN), derrotada por Micarla em 2008 na disputa pela prefeitura, afirmou que o apoio às manifestações não é eleitoral, mas reflexo de uma insatisfação com uma gestão "fracassada".

"A verdade é que o governo dela é marcado pela ineficiência e falta de preparo. Hoje há um sentimento geral na população de Natal que mistura arrependimento com revolta", afirmou.






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