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Esportes
Quarta - 29 de Junho de 2011 às 07:25

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Uma luta contra os próprios nervos. Assim podem ser definidas a estreia e a participação do Brasil na Copa do Mundo Feminina de Futebol, cuja largada será dada nesta quarta-feira, contra a Austrália, no Borussia Park, em Mönchengladbach. A partir das 13h (de Brasília), a Seleção entra em campo não só para medir forças, mas também para conquistar um sonhado título de grande expressão. Em inglês, os chamados major tournaments.

Atual vice-campeã olímpica e vice-campeã da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira já tem respeito internacional, mas luta também pela consagração em seu próprio País. "Jogamos por nós e também por todas as meninas que praticam futebol. Infelizmente, no Brasil, não se dá o mesmo valor ao segundo lugar". A afirmação é justamente daquela que mais almeja uma conquista que a coloque definitivamente como a Rainha da modalidade feminina.

Eleita cinco vezes consecutivas como a melhor do mundo pela Fifa, inclusive em 2010, Marta está um patamar acima no esporte que pratica. Quem sabe dois, até. Mas não tem um título de ponta com a Seleção e carrega o peso de ter desperdiçado um pênalti na decisão da Copa de 2007, contra a Alemanha. Bastante tensa nos momentos que antecedem o jogo com a Austrália, ela sabe que, aos 25 anos, este possivelmente será seu último Mundial no atual nível de performance. É vencer ou vencer.

A tabela do Mundial, entretanto, não reservou um compromisso muito confortável para a estreia do Brasil, que ainda terá uma fortíssima Noruega em seu segundo jogo ¿ e só dois dos quatro times do Grupo D avançam às quartas de final. Para 2011, as australianas vão até Mönchengladbach com sede de vingança: foi contra a Seleção Brasileira, em 2007, que elas disseram adeus à competição.

"É a última recordação que temos sobre elas. Foi um 3 a 2 bem apertado, saímos ganhando de 2 a 0 e cedemos o empate. Não temos tantas informações desse time, mas as que temos nos deixam alerta. São jogadoras rápidas, mas acreditamos no talento brasileiro, na nossa tática e na nossa técnica, para sair com esse resultado positivo", afirma a lateral e meia esquerda Rosana, uma das mais experientes do grupo.

Apesar de essa ser a última recordação da camisa 6, brasileiras e australianas já tiveram um encontro mais recente. Foi na Copa da Paz, torneio preparatório para os Jogos Olímpicos de 2008, e as Matildas, como são conhecidas, bateram o Brasil por 1 a 0. Em Mundiais, porém, são três vitórias da Seleção em três confrontos, o que não ilude o treinador Kleiton Lima.

Em seu primeiro grande torneio com a Seleção, o jovem comandante, 37 anos, também tenta se firmar na Alemanha depois de vencer inúmeros títulos com a forte equipe do Santos. Cético, ele aderiu a um jogo psicológico contra as australianas, e fez todo o mistério possível para não dar armas ao rival. Um dos dois treinos mais importantes foi fechado e Kleiton deixou quatro dúvidas no ar sobre qual será o time da estreia.

"Toda estratégia, por menor que seja, é válida nesse momento. Nesse último treino (terça-feira), coloquei umas no time titular, deixei outras de fora, porque é uma atividade aberta. No treino secreto, tivemos três variações, e vou aguardar até o último momento para soltar a escalação", definiu Kleiton, que provavelmente deve optar pela experiência e maior força de Rosana no meio-campo, o que deixaria Bia fora e Maurine como a lateral esquerda. Daiane e Formiga também devem jogar, restando dúvidas apenas entre Bárbara e Andreia sobre a dona do gol.

O mistério de Kleiton é algo que vai e também volta. O escocês Tom Sermanni limitou bastante a divulgação de informações sobre a equipe que enfrentará o Brasil ¿ sabe-se apenas que é o terceiro time mais jovem do Mundial. No treino de reconhecimento do Borussia Park, na terça, a Seleção esperava poder observar um pouco mais sobre sua rival, mas Tom praticamente cancelou o treino. As jogadoras apenas caminharam em volta do gramado, conversaram e tiraram fotos do estádio que foi sede do Mundial Masculino, há cinco anos.

Tom, 56 anos, é também o treinador mais experiente da competição. Em duas passagens diferentes pela Austrália, soma 11 anos no cargo, e esteve até na primeira edição da Copa Feminina, em 1995. Bem humorado na entrevista coletiva pré-jogo, pediu que não se recordassem disso. "Será um jogo bem difícil, o Brasil é certamente um dos favoritos. E a Marta não é tão boa assim", gargalhou. Melissa Barbieri, goleira, capitã e mais velha do time, concordou. "Todos querem ver um jogo bonito, e as brasileiras é que mostram isso. Estamos muito confiantes, pois a pressão está do outro lado", acrescentou. Marta e a Seleção Brasileira também sabem disso.





Fonte: Terra

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