Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 29 de Junho de 2011 às 01:05
Por: Fabiana Reis

    Imprimir


Taxa de juros cobrada pelo uso do cheque especial em maio ficou em 185,4% ao ano, alta de 7,3 pontos percentuais em relação a abril. Dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (28) mostram que este é o índice mais elevado desde abril de 1999, quando os juros ficaram em 193,65% ao ano. Enquanto isso, as taxas cobradas em outras modalidades de pagamento apresentaram redução, fazendo com que o cheque seja cada vez menos utilizado pelos correntistas.
 
O crédito pessoal, por exemplo, que inclui as operações com desconto em folha de pagamento, apresentou queda na taxa de 0,2 ponto percentual de abril para maio ao ficar em 49,7% ao ano. A taxa para a compra de veículos também caiu, baixando de 30,9% para 30,4% ao ano. Juros médios cobrados das pessoas físicas ficaram estáveis de abril para maio em 46,8% ao ano.
 
Na opinião do economista Fabiano Fratta, especialista em Finanças, o cheque especial é um perigo e deve ser evitado. Explica que como não há garantia na hora de usar esta modalidade de crédito, os bancos acabam cobrando taxas elevadas para cobrir os riscos de uma possível inadimplência. "Diferentemente disso, quando o correntista decide fazer uma aplicação financeira, em renda fixa por exemplo, ele não tem a mesma taxa de remuneração", critica o economista ao informar que as instituições financeiras acabam ditando as regras da política de crédito do país.
 
Chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, confirma que a taxa de juros do cheque especial é "significativamente mais alta do que a média". Segundo ele, essa alta de abril para maio era esperada por causa do aumento da inadimplência do crédito total, o que faz as pessoas recorrerem ao cheque especial, e também devido às elevações da taxa básica de juros, a Selic, neste ano.
 
Para o economista Aurelino Levy Dias de Campos, o cheque especial nunca deve ser usado pelos consumidores. Considera que esta modalidade é pouco utilizada pelo trabalhador, justamente por ser um crédito caro. É o caso da revendedora direta Lucimar Aparecida Furlan, 41. Ela possui talões de cheque, não especial, ou seja, não possui limite de crédito disponível para ser usado quando quiser, o que a isenta do pagamento de juros. "Eu tinha cheque especial, mas as taxas de manutenção são muito altas e pedi para cancelar". Com medo de se endividar, o comerciante Dorival Simioni, 56, não utiliza o limite oferecido pelo banco. "Sei que os juros são altos e evito ao máximo usar este crédito. Prefiro gastar somente o que tenho na conta".
 




Fonte: Do GD

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/85758/visualizar/