Cerca de 9,3 mil pessoas participaram do encontro em Tóquio, e, durante seis horas, muitas delas mantiveram as mãos levantadas para fazer críticas à diretoria e expressar sua fúria.
Centenas de policiais foram deslocados para a região central da capital japonesa para garantir a segurança e controlar eventuais protestos.
Os acionistas reclamaram principalmente das medidas tomadas pela companhia para controlar a crise nuclear em Fukushima. Um deles chegou a pedir que os executivos se matassem pulando num dos reatores nucleares pela responsabilidade por aquilo que ele chamou de fiasco.
Os executivos da companhia de energia pediram desculpas formais aos acionistas. Desde o início da crise as ações da Tepco já perderam mais de 85% do seu valor e o prejuízo já passa dos US$ 15 bilhões.
Além disto, o valor das indenizações às famílias que foram obrigadas a deixar suas casas por causa do vazamento nuclear e também às empresas, pescadores e agricultores afetados deve chegar a US$ 100 bilhões.
"Estamos trabalhando para sair o mais rápido possível desta crise", disse o presidente da empresa, Tsunehisa Katsumata.
A reunião, realizada em Tóquio, foi a primeira desde o terremoto e tsunami do dia 11 de março, que atingiram a região nordeste do país.
Futuro
O grande debate entre os acionistas durante o encontro em Tóquio foi sobre o futuro da energia nuclear e qual deveria ser a posição da Tepco.
Apesar de rejeitarem a proposta de abandonar a energia nuclear, muitos admitiam que a companhia não poderá mais usar este tipo de energia no futuro.
"Em alguns anos, a companhia terá de procurar por uma nova fonte de energia", disse um dos acionistas. "Construir novas usinas será impossível", emendou.
Porém, analistas dizem que a atual escassez de energia no Japão é prova de que o país precisa da energia nuclear para suprir a demanda por eletricidade.
"A questão é: o Japão pode viver sem energia nuclear?", questiona Mitsushige Akino, da Companhia de Gerenciamento de Investimentos Ichiyoshi.
"Quanto o japonês está disposto a se sacrificar em termos de uma vida mais simples?", indaga.
"O sentimento é compreensível, mas a realidade é que isso é difícil sem sacrifício considerável para o crescimento econômico", opina Akino.
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