Confrontos deixam ao menos seis feridos na Grécia
Os confrontos entre forças de segurança e manifestantes deixaram ao menos seis feridos nesta terça-feira nos arredores do Parlamento da Grécia, na capital Atenas.
Este foi o primeiro dia de uma greve geral de 48 horas contra o novo pacote de austeridade que deve ser votado no Parlamento na quarta-feira e quinta-feira. O novo pacote de austeridade, que inclui corte de funcionários, privatizações e aumento de impostos, para garantir o novo pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo fontes da polícia, citadas pela agência de notícias Efe, três dos feridos são policiais e os outros três são manifestantes. Nenhum foi ferido gravemente.
A polícia não soube informar se houve detenções, depois que grupos de encapuzados que levavam bandeiras pretas, símbolo dos anarquistas mais radicais, danificaram a calçada de mármore perto do Parlamento com barras de metal e jogaram pedras nas forças de segurança.
Os manifestantes, que cobriam o rosto com panos, arrancaram os todos das lojas próximas à praça Sintagma e atearam fogo. Outros grupos atacaram lojas e bancos perto do Ministério das Finanças.
A agência de notícias Efe, que tem correspondentes no local, afirma que a polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que atacaram os agentes com pedras e garrafas.
Mais de 5.000 policiais foram escalados para guardar o centro de Atenas enquanto cerca de 2.000 manifestantes marcharam até o Parlamento em duas manifestações separadas. Outros 7.000 gregos marcharam na segunda maior cidade grega, Thessaloniki.
PARALISAÇÃO
Cortes de energia elétrica, voos cancelados e transportes coletivos paralisados em Atenas, com exceção do metrô, marcaram o início da greve geral.
Nos aeroportos, muitos voos domésticos das companhias Aegean e Olympic Air foram cancelados em consequência da paralisação dos controladores aéreos.
No porto de Atenas, 200 militantes do Pame, o sindicato de tendência comunista, impediram a saída de vários barcos.
Esta é a quarta greve geral convocada pelas duas grandes centrais sindicais do país: GSEE (setor privado) e Adedy (funcionalismo público).
AUSTERIDADE
A Grécia, uma das mais afetadas pela crise da dívida europeia, já recebeu em 2010 um pacote de resgate de US$ 160 bilhões da União Europeia e do FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas e alerta que, se não receber uma nova ajuda, vai quebrar.
Em troca da quinta parcela do primeiro pacote (de 12 bilhões de euros previsto para julho) e do novo pacote de resgate, o premiê grego tenta aprovar um segundo pacote de austeridade, com 6,5 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais ainda neste ano.
O plano de austeridade proposto pelo governo socialista pretende ainda arrecadar 78 bilhões de euros até 2015, e inclui privatizações, novos impostos sobre renda e propriedades e cortes de salários e aposentadorias.
Para isso, está previsto a redução da força de trabalho do setor público em 25%, ao tempo que será elevada a 40 horas semanais a carga de trabalho e serão estipulados novos contrato com um salário mínimo de 500 euros mensais.
O comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, advertiu nesta terça-feira que a aprovação pelo Parlamento grego do plano de austeridade constitui a única forma de evitar uma suspensão imediata de pagamentos da Grécia.
"A única forma de evitar um default [suspensão de pagamentos] é a a aprovação pelo Parlamento de um programa econômico revisado", afirma o comissário Rehn em um comunicado.
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