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Terça - 28 de Junho de 2011 às 04:09
Por: ALECY ALVES

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O São Gonçalo Beira-Rio, na área urbana da Capital, é o único local onde o acesso ao rio Cuiabá para pesca ainda é gratuito. Lá, não há cobrança de taxa, ao contrário do que acontece na região de Santo Antonio de Leverger, conforme denunciou o Diário em reportagem publicada na edição do último domingo.

Entretanto, a falta de infraestrutura, começando pela precariedade dos serviços públicos essenciais, como limpeza, gera queixas entre moradores, pescadores profissionais, amadores e, principalmente turistas.

Na margem do rio, o lixo acumulado chama a atenção de quem chega. Sacolas, garrafas e copos plásticos descartados indevidamente são levados às águas pelo vento ou permanecem presos aos galhos das árvores ou à vegetação rasteira.

A presidente da Associação de Moradores do São Gonçalo, Júlia Rodrigues da Conceição, disse que mesmo com um trabalho permanente de orientação, as pessoas não respeitam a natureza.

Conforme Júlia, somente este ano os moradores já fizeram três mutirões de limpeza na comunidade. Ela disse que até mesmo os latões de lixo são roubados.

Júlia contou que não faz muito tempo que espalharam 15 tambores em pontos estratégicos para a coleta do lixo, mas todos foram desaparecendo aos poucos, supostamente furtados por visitantes.

Conforme a presidente da Associação, os coletores foram doados por uma indústria de refrigerantes. Antes de pedir o patrocínio da empresa, criticou ela, esperam pelo atendimento de reivindicações feitas à prefeitura de Cuiabá.

Entretanto, em que pese os problemas de infraestrutura, Júlia não acha certo cercar e cobrar pelo acesso ao rio, um bem público do qual todos os cidadão têm o dinheiro de usufruir de maneira sustentável. Mas cobra que cada pessoa deve, pelo menos, levar de voltar para casa ou dispor corretamente o lixo que produziu durante a pescaria.

O professor Luis Cláudio Pereira Oliveira, 35 anos, que aproveitou o dia de folga para pescar, disse que não são apenas os pescadores amadores e turistas poluem o local. Frequentador relativamente assíduo do São Gonçalo Beira-Rio, Oliveira reconheceu que nem todos que pescam ali descartam o lixo corretamente, incluindo os ribeirinhos.

Na parte superior da comunidade, onde ficam residências, bares e restaurantes, também há sujeira e lá a limpeza é responsabilidade de cada proprietário, como observou.

SANTO ANTÔNIO – Na região do município vizinho a Cuiabá, sobretudo na comunidade Barranco Alto, a reportagem flagrou, durante uma manhã de sábado, o loteamento e a privatização de margem e leito do rio por pesqueiros ou proprietários de áreas, de forma sistematizada.

A prática vem, além de impedir o acesso de qualquer pessoa aos recursos naturais de um bem coletivo, promovendo a degradação com desmatamento e desbarrancamento das margens.

A Promotoria Ambiental, setor do Ministério Público Estadual (MPE), informou ontem que se posicionará na quarta-feira sobre a “privatização” do rio Cuiabá e o desmoronamento de barrancos em diversos pontos.

O secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), Alexander Maia, conforme informações de sua assessoria de imprensa, está em viagem para Brasília.





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